A iniciativa é promovida pelo think tank Washington Brazil Office – uma das 16 organizações que assinaram uma carta enviada ao presidente Joe Biden em julho solicitando a divulgação do material – e o gabinete da deputada democrata Nydia Velázquez, segundo o jornal Folha de S.Paulo.
Quando o pedido foi feito, o Departamento do Estado norte-americano disse que "a retirada do sigilo de documentos é um processo complexo que envolve diversas agências, no qual o governo considera muitos fatores, incluindo segurança nacional, proteção de fontes e métodos, e outros riscos e benefícios de divulgar uma informação específica".
No entanto, Velázquez acredita que é preciso "construir uma relação mais forte entre os países", e retirar o sigilo sobre informações dessa época é essencial para ajudar no processo de confiança. A participação dos EUA já foi documentada por historiadores.
"O apoio americano para a derrubada da democracia brasileira e a ditadura militar de 21 anos subsequente são um exemplo dessa dinâmica. Para facilitar a verdade e o processo de reconciliação, e construir uma relação mais forte entre os nossos países, nós precisamos de transparência sobre o papel dos EUA no golpe e no apoio à ditadura militar", afirmou Velázquez citada pela mídia.
James Green, presidente do conselho consultivo do Washington Brazil Office, antecipou em julho à mídia que preparava, em conjunto com ativistas e organizações nacionais, um pedido para que Washington libere cerca de mil arquivos secretos que podem revelar a atuação do país no golpe de 1964.
Procurado pela Folha de S.Paulo, o Departamento de Estado reforçou a complexidade da abertura dos documentos, e que a avaliação é feita considerando vários fatores.
Um oficial da pasta afirma que, por enquanto, não há nenhuma previsão de divulgação dos arquivos referentes à ditadura brasileira.