Panorama internacional

Rússia não deve ser subestimada, diz chefe da OTAN

A incapacidade da Ucrânia em fazer avanços na linha de frente demonstra que a OTAN "não deve nunca subestimar a Rússia", afirmou o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte, Jens Stoltenberg.
Sputnik
Durante uma coletiva de imprensa antes de uma reunião de ministros das Relações Exteriores dos países da OTAN, um jornalista perguntou se o bloco liderado pelos EUA seria capaz e estaria disposto a armar a Ucrânia para uma nova contraofensiva contra as forças russas na próxima primavera europeia.
Segundo Stoltenberg, os membros da OTAN são "inabaláveis" em seu compromisso de apoiar Kiev, apontando para a quantidade de armas e equipamentos já enviados e para os próximos compromissos de entrega. Recentemente a Alemanha e os Países Baixos se comprometeram em enviar um total de 10 bilhões de euros (R$ 53 bilhões) em ajuda militar a Ucrânia no próximo ano.
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No entanto, o chefe da OTAN admitiu que "mesmo com este apoio militar substancial e significativo dos aliados da OTAN, [os ucranianos] não foram capazes de avançar na linha de frente no último ano".

"E isso apenas reflete o fato de que nunca devemos subestimar a Rússia."

"A sua indústria de defesa está em pé de guerra, eles são capazes de reabastecer as suas forças com munições e novas capacidades […] o que torna difícil alcançar os ganhos territoriais que esperamos", explicou Stoltenberg.

O conflito está em um impasse?

Mais cedo na coletiva, o Stoltenberg rejeitou a ideia de que o conflito se encontra em um "impasse" como foi dito pelo comandante-chefe das Forças Armadas da Ucrânia, o general Valery Zaluzhny. No entanto, o secretário-geral da OTAN admitiu que a situação na linha de frente é "extremamente difícil", com "combates intensos" e um "elevado número de vítimas".
Segundo uma reportagem do jornal francês Le Monde, do mês passado, em sua contraofensiva de verão europeu, a Ucrânia conseguiu recuperar apenas 400 quilômetros quadrados dos mais de 100 mil detidos pela Rússia. Em troca disto, o Exército ucraniano perdeu pelo menos 103 mil soldados entre junho e novembro deste ano, além de muito equipamento provido pela OTAN.
Nas últimas semanas vários veículos de mídia ocidental tem reportado, através de fontes do governo, que os aliados da Ucrânia não acreditam mais que o país seja capaz de vencer seu conflito com a Rússia, e estão pressionando o presidente Vladimir Zelensky a buscar um acordo de paz.
No entanto, o líder ucraniano parece firme em sua decisão de não negociar com o Kremlin, mesmo que sua crença em uma vitória seja descrita cada vez mais como "ilusória" por seus assessores.
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