Veículos com mais de meio século de uso que não são blindados, coordenação ruim das tropas e até falta de defesa aérea. Essas são apenas algumas das reclamações de militares ucranianos divulgadas pelo Bild durante a operação militar especial russa. Apesar dos bilhões em ajuda enviada pela Europa e pelos Estados Unidos ao governo de Vladimir Zelensky, o país acumula derrotas e denúncias de corrupção no conflito.
"Enquanto a liderança ucraniana aponta orgulhosamente para os tanques ocidentais que recebeu, como o Leopard, o Challenger e o Abrams, muitos soldados são forçados a viajar em veículos de 50 anos devido à escassez de blindados de transporte de pessoal e SUVs", aponta a publicação.
Ainda há denúncias de soldados que são obrigados a fazer a manutenção dos veículos e até abastecer por conta própria por falta de combustível fornecido pelo Exército. Os militares também compram drones com recursos pessoais ou doados por voluntários, já que o governo ucraniano não tem fornecido o equipamento, pontua a publicação alemã.
Sem articulação
A falta de articulação até entre as próprias unidades militares ucranianas é outra reclamação dos soldados. "Cada brigada luta por si mesma, ora ignorando completamente as brigadas à sua direita e à esquerda, ora até em concorrência com elas", acrescentou o texto.
Outro problema é a falta grave de equipamentos de defesa aérea nas linhas de combate, o que deixa os soldados ainda mais vulneráveis. Conforme a publicação alemã, o sentimento de raiva e frustração é cada vez maior entre os militares das Forças Armadas da Ucrânia. Enquanto alguns acusam as autoridades de abandonarem as tropas e não fornecerem o apoio necessário, outros culpam os generais por condená-los à morte nas linhas de frente.
Fornecimento de armas
Diante das evidências de que os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) continuam a enviar armas para a Ucrânia, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse em diversas ocasiões que bombardear o país com esses equipamentos não contribui em nada para o sucesso das negociações russo-ucranianas e terá efeito negativo.
O ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, observou que qualquer carga que contenha armas para a Ucrânia se tornará alvo legítimo da Rússia.