Panorama internacional

Chefe da Marinha do Canadá diz que força está em 'estado crítico' e pode não cumprir metas de 2024

A Marinha canadense, com falta de pessoal e recursos limitados, está em "um estado crítico", afirma principal almirante da força, acrescentando que o Exército e a Força Aérea "enfrentam desafios semelhantes".
Sputnik
Em comentários feitos nesta semana e citados pela agência Reuters, o vice-almirante Angus Topshee disse que a Marinha Real Canadense (RCN, na sigla em inglês) não atingia suas metas de recrutamento havia mais de uma década. Topshee é o 38º comandante da força.

"Colegas e companheiros de bordo — a RCN enfrenta alguns desafios muito sérios neste momento que podem significar que não conseguiremos cumprir a nossa postura de força e compromissos de prontidão em 2024 e além. A situação é grave, mas os nossos problemas não são únicos e sei que a Força Aérea e o Exército enfrentam desafios semelhantes", declarou o militar.

A frota da Costa Oeste está "assolada por uma escassez de técnicos qualificados", o que significa que os navios não conseguem cumprir as metas de operação e manutenção, acrescentou Topshee.
Os comentários do vice-almirante são uma expressão contundente da infelicidade dos militares relativamente ao estado das Forças Armadas canadenses, relata a agência britânica.
O Canadá gasta apenas cerca de 1,3% do seu produto interno bruto anual em defesa, muito menos do que a meta de 2% da OTAN estipula.
Enquanto isso, Ottawa anunciou na semana passada o envio de 11 mil fuzis e 9 milhões de munições à Ucrânia, conforme noticiado.
A força depende das suas 12 fragatas da classe Halifax, que estão se aproximando do fim da sua vida operacional de 30 anos, mas devem permanecer em serviço por mais 15 anos, visto que suas substituições estão atrasadas e acima do orçamento, escreve a mídia.

"Este é um desafio muito considerável, […] gostaria que não fosse assim, mas temo que simplesmente não haja outra escolha", disse Topshee, que conquistou o título de melhor velejador do Canadá em maio de 2022.

Os escritórios de Topshee e do ministro da Defesa canadense, Bill Blair, não responderam imediatamente aos pedidos de comentários feitos pela agência nesta terça-feira (28).
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