Nesta terça-feira (28), o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse que o governo vai trabalhar para que o Senado aprove a adesão de La Paz como membro pleno do bloco sul-americano antes da próxima cúpula da entidade, marcada para 7 e 8 de dezembro.
"Estamos trabalhando nesta semana, como prioridade no Senado, a aprovação do projeto encaminhado pelo governo Temer ainda da adesão da Bolívia ao Mercosul. O presidente Lula, nos dias 7 e 8, vai ter a Cúpula do Mercosul. Vamos trabalhar para que até o final da presidência brasileira seja definitivamente aprovada a adesão da Bolívia ao Mercosul", disse Padilha citado pelo jornal Valor Econômico.
O acordo de adesão da Bolívia foi firmado em 2015, durante o governo de Dilma Rousseff, e precisa ser aprovado pelos parlamentos de todos os países-membros. Hoje, a Bolívia é um Estado associado, a exemplo de Chile, Colômbia, Equador, Peru, Guiana e Suriname, relembra a mídia.
O governo Lula tem trabalhado pelo fortalecimento do bloco, mas enfrenta dificuldades. O presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, foi à China na semana passada e negociou uma série de acordos bilaterais com Pequim, o que poderia implodir a tarifa comum do Mercosul, que está no cerne da estrutura do bloco.
Ao mesmo tempo, a eleição de Javier Milei na Argentina abala a confiança na força do organismo, uma vez que o futuro presidente deu algumas declarações apontando que não enxerga no bloco vantagens para Buenos Aires.
Contudo, também nesta terça-feira (28), o Mercosul chegou a um acordo para criar uma área de livre comércio com Cingapura.
O acordo — o primeiro entre o bloco mercosulino e um país do Sudeste Asiático — vai permitir a ambos os lados ampliar os fluxos comerciais, ter maior previsibilidade e melhores condições para a ampliação de investimentos. Segundo fontes, o pacto comercial será anunciado na cúpula do Mercosul no Rio de Janeiro.
A entrada da Bolívia no bloco foi uma promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.