O jornal havia perguntado se Pojar acreditava que o conflito ucraniano fosse resultar em uma situação similar à da península coreana, em que a Coreia foi dividida em duas. As Coreias, após uma guerra intensa, estão em um armistício há 70 anos, mas ainda não oficialmente em guerra uma com a outra.
"Chipre faz parte da União Europeia (UE) e parte do Chipre está de fato ocupada pela Turquia. Existem muitos exemplos semelhantes no mundo, cada um único à sua maneira. Mas é possível que algum tipo de linha seja estabelecida lá e uma trégua será declarada."
Um acordo de paz com Moscou é bastante improvável, afirmou a autoridade do país.
Na opinião do especialista, após a hipotética divisão da Ucrânia, sua parte ocidental ainda poderia ser aceita na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e na UE, como ocorreu com a Alemanha Ocidental há algumas décadas, mas um cessar-fogo seria pré-requisito para a sua integração nos blocos políticos.
Pojar disse ainda que, como conselheiro de segurança, ele não ficou surpreso com o fracasso da contraofensiva ucraniana, uma vez que não possuía grandes expectativas. Ele acrescentou ainda que considera improvável que a Ucrânia vença nos próximos meses ou anos, mas não descartou a possibilidade de vitória no longo prazo.
Desde 1974, Chipre está, de fato, dividido entre duas comunidades, uma grega e uma turca, após uma invasão armada da Turquia provocada por um golpe de Estado na ilha e uma tentativa de incorporar a nação à Grécia. Cerca de 37% do território da ilha foi ocupado pelos turcos, sendo proclamada em 1983 a República Turca do Norte do Chipre.
As negociações entre as comunidades gregas e turcas sobre a reunificação do Chipre estão sendo conduzidas por meio da mediação da Organização das Nações Unidas (ONU), mas foram interrompidas após o fracasso de uma reunião em 2017. Agora, esforços estão sendo feitos para retomar as negociações.