"A nossa posição sobre a utilização dos dividendos e juros dos ativos congelados é clara. Primeiro: esta deve ser uma decisão global, idealmente envolvendo todos os membros do G7 [grupo composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido]. Além disso, temos de ter cuidado porque isso pode levar a danos à reputação. Nós temos que olhar para além deste conflito isoladamente, e pode haver implicações para o euro como uma moeda segura", disse de Guindos em entrevista ao De Standaard e ao La Libre Belgique publicada nesta quarta-feira (29).
O BCE deve considerar a reputação a longo prazo do euro, uma vez que é "a segunda moeda mais importante" do mundo, acrescentou o vice-presidente da instituição.
"Penso que existem outras formas de financiar a reconstrução da Ucrânia", pontuou de Guindos.
Após o início da operação militar especial da Rússia na Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, os países ocidentais impuseram sanções abrangentes contra Moscou, incluindo o congelamento de ativos russos no valor de aproximadamente € 300 bilhões (cerca de R$ 1,6 trilhão). Dos quais quase € 200 bilhões (aproximadamente R$ 1,06 trilhão) são detidos na União Europeia (UE), principalmente em contas no Euroclear, um depositário central de títulos europeu.