Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, alertou em uma conversa telefônica no domingo (26) Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, que durante uma possível operação militar no sul da Faixa de Gaza o Exército israelense não pode agir como fez no norte do território, informou na quarta-feira (29) o portal Axios, citando duas autoridades dos EUA.
As fontes da mídia indicam uma preocupação pelo mandatário norte-americano de que uma operação israelense no sul de Gaza poderia agravar a crise humanitária no enclave e causar pesadas baixas civis, já que mais de dois milhões de palestinos, incluindo aqueles que foram evacuados do norte, vivem lá atualmente.
Enquanto isso, o primeiro-ministro israelense teria dito que o povo não aceitará a cessação das hostilidades até que o objetivo principal da operação, que é a destruição completa do grupo palestino Hamas, seja alcançado.
Em resposta, segundo o Axios, Biden propôs mais conversas sobre os planos operacionais do Exército israelense no sul da Faixa de Gaza antes da retomada dos combates, e Netanyahu concordou com a ideia.
Conversas semelhantes ocorreram recentemente não apenas entre Biden e Netanyahu, mas também entre Lloyd Austin, secretário de Defesa dos Estados Unidos, e Yoav Gallant, ministro da Defesa de Israel, apontaram fontes do Axios.
Em resposta, John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, anunciou na terça-feira (28) que os EUA não apoiarão as operações militares israelenses no sul da Faixa de Gaza até que Tel Aviv informe Washington sobre os palestinos deslocados dentro do enclave.
"Temos sido muito claros em nossa política. Não apoiamos o deslocamento [de palestinos] para fora de Gaza. A maioria dessas pessoas não quer sair. É o lar delas", disse ele.
"E, como também dissemos, não apoiamos operações no sul [da Faixa de Gaza], a menos ou até que os israelenses possam demonstrar que levaram em conta todos os deslocados internos de Gaza", acrescentou.