O presidente apelou à união para defender a Guiana Essequiba e o direito histórico que seu país tem sobre esse território em disputa.
"Temos que construir uma união poderosa no país, deixar de lado os ódios, as disputas, deixar de lado as diferenças e o partidarismo. É hora da união nacional para defender a integridade territorial da Venezuela, para defender o direito histórico à Guiana Essequiba", comentou.
A Venezuela decidiu realizar um referendo consultivo, no qual os cidadãos participantes deverão responder a cinco perguntas, depois que a Guiana licitou blocos petrolíferos no território sem delimitação.
"Guiana e a ExxonMobil tentam suspender o referendo, entraram com um recurso temerário perante uma tal Corte Internacional de Justiça. A Venezuela não tolera o colonialismo judicial de ninguém. Na Venezuela, quem manda são os venezuelanos, e eu digo a Guiana e à ExxonMobil que, no domingo, 3 de dezembro, chova, troveje ou relampeje, haverá referendo consultivo", disse Maduro durante evento.
Diante disso, Georgetown solicitou à CIJ a suspensão da consulta popular promovida por Caracas.
O governo guianês concedeu contratos de perfuração às empresas ExxonMobil, dos Estados Unidos; TotalEnergies, da França; e SISPRO Inc, desta nação.
Na lista também estão a International Group Investment Inc., com sede na Nigéria; Liberty Petroleum Corporation, de capital estadunidense; e a Corporação Nacional de Petróleo Marinho da China (Cnooc).
A administração Maduro reiterou que Georgetown não tem direitos sobre essas áreas marítimas, afirmando que qualquer ação dentro de seus limites viola o direito internacional, a menos que seja realizada por meio de um acordo com Caracas.
Por mais de 100 anos, Venezuela e Guiana mantêm um litígio sobre a soberania da Região de Essequibo, que abrange cerca de 160 mil quilômetros quadrados a oeste do rio homônimo e possui grandes reservas de petróleo.
Em 1966, os países assinaram um acordo para buscar uma solução pacífica para essa disputa, mas a Guiana apresentou em 2018 uma ação perante a Corte Internacional de Justiça, na qual pede ao tribunal validar legalmente a decisão arbitral de 1899 que lhe confere controle absoluto sobre o território.