"Depois de 2014, a crise ucraniana intensificou e exacerbou todos os problemas da política externa dos EUA e, como resultado, os Estados Unidos não estão apenas perdendo seu status geopolítico como hegemônico, mas também cometem erros na luta contra o seu declínio", escreve o professor.
De acordo com Fedyashin, a razão para o declínio da hegemonia norte-americana foi a "intoxicação das elites" com a moralização, que aconteceu após o fim da Guerra Fria. Ele criticou a ideia dos EUA de dividir o mundo em "países bons e ruins" e aconselhou os políticos a recorrer ao legado do ex-secretário de Estado, o pragmático Henry Kissinger.
O especialista chamou a atenção para a "mudança tectônica" na geopolítica, no âmbito da qual os EUA são excluídos da participação em questões de segurança no continente eurasiano.
Fedyashin descreveu o envolvimento ativo da China na reconstrução das relações entre o Irã e a Arábia Saudita como uma das manifestações da nova tendência. A recente expansão da comunidade econômica do BRICS também se tornou um "prenúncio" de um mundo multipolar, disse o analista.
"Irá Israel também começar a olhar para Pequim ao planejar sua política?", indaga o professor.
O presidente russo, Vladimir Putin, tem repetidamente enfatizado que a hegemonia do Ocidente está chegando ao fim, enquanto a ordem mundial multipolar será inevitavelmente fortalecida.