A declaração é uma resposta ao ministro israelense das Relações Exteriores, Eli Cohen, que disse nas redes sociais que a Turquia é responsável por acolher membros do Hamas que poderiam deixar Gaza.
"Como a história do conflito israelense-palestino demonstrou, quanto mais Israel oprime e priva as liberdades fundamentais, mais forte será a resistência que Israel enfrentará, e mais os palestinos defenderão os seus direitos coletivos e individuais", disse Kecheli.
Para o turco, a raiz do conflito é a ocupação por Tel Aviv de terras palestinas, considerada pelo país como "uma mentalidade expansionista e uma repressão que ignora completamente o direito (internacional) e os direitos humanos", resumiu o porta-voz.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, disse várias vezes que não considera o Hamas terrorista, ao mesmo tempo que usou a classificação para Israel. Desde o dia 7 de outubro, mais de 80% da população da Faixa de Gaza precisaram deixar suas casas por conta do conflito, além de conviverem com a falta de alimentos e até água potável.
Já o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, disse que o Exército retomou as operações por terra e ar com força total após o Hamas ter violado o cessar-fogo, que durou uma semana e terminou com a liberação de 100 reféns. Outros 210 palestinos foram soltos das prisões pelo país judeu.
A trégua entre Israel e o Hamas acabou na sexta-feira (1) e nenhuma prorrogação foi anunciada oficialmente. As Forças de Defesa de Israel (IDF) disseram que o Hamas abriu fogo contra o território israelense, e, por isso, os militares retomaram as hostilidades contra o movimento palestino na Faixa de Gaza.
Tel Aviv sofre ataque após 11 dias
Com quase 200 palestinos mortos na Faixa de Gaza desde o fim da trégua na guerra entre Hamas e Israel, o movimento confirmou também neste sábado que realizou disparos de foguetes contra Tel Aviv em resposta aos ataques israelenses contra a população civil.
"As Brigadas Al-Qassam bombardeiam Tel Aviv com mísseis em resposta aos massacres sionistas contra civis", disse a ala militar no Telegram.
Conforme um correspondente da Sputnik em Israel, as sirenes de ataque aéreo voltaram a soar na parte central do país pela primeira vez em 11 dias. Em Tel Aviv e cidades nos arredores, o sistema de defesa antimísseis Iron Dome foi ativado e há relatos de explosões no seu por conta das interceptações dos foguetes.
As Forças de Defesa de Israel informaram que os alarmes sobre eventuais ataques foram ativados em toda a área metropolitana, que tem mais de 460 mil moradores. O sistema também está em funcionamento em várias cidades da parte central do país.
Apesar dos ataques, não há relatos de quedas de mísseis ou vítimas. O conflito começou no dia 7 de outubro após bombardeios do Hamas que driblaram o sistema de defesa israelense e provocaram a morte de 1,2 mil pessoas.