As Forças Armadas dos EUA estão planejando implantar mísseis terrestres de alcance intermediário no Indo-Pacífico em 2024 para deter a China, informou no domingo (3) a revista japonesa Nikkei Asia, citando o porta-voz do Exército dos EUA no Pacífico.
Os Estados Unidos podem implantar versões terrestres do míssil de cruzeiro Tomahawk e do Standard Missile-6 (SM-6), com um alcance estimado de 500 km a 2.700 km, comunicou Rob Phillips. No entanto, ele não referiu o local e o momento exatos previstos para o destacamento.
Os mísseis devem ser capazes de atingir alvos no estreito de Taiwan, o mar do Sul da China, ou mesmo o território continental da República Popular da China.
Segundo Ankit Panda, pesquisador sênior do Fundo Carnegie para a Paz Internacional, o Exército dos EUA enviará os mísseis principalmente para o território não-incorporado americano de Guam, localizado no Pacífico Ocidental.
"Os aliados podem estar abertos a deslocamentos rotativos em situações de crise, mas isso depende muito da dinâmica política futura", detalhou ele.
Enquanto isso, Jennifer Kavanagh, membro sênior do Fundo Carnegie, deixou claro que a hipótese de as Filipinas abrigarem esses mísseis seria "um passo excessivo".
Ferdinand Marcos Jr. presidente das Filipinas, "deixou bem claro que os Estados Unidos não usarão as bases nas Filipinas para operações de ataque contra a China, como base para forças a serem usadas nessa capacidade ou como base de munições a serem usadas nessa capacidade", mencionou.
Esses seriam os primeiros mísseis de alcance intermediário na região desde o fim da Guerra Fria e o primeiro uso de mísseis de alcance intermediário pelos EUA desde que o país se retirou do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (Tratado INF).
O tratado, assinado entre a União Soviética e os EUA em 1987, proibiu os países de desenvolver e possuir mísseis balísticos e de cruzeiro com alcance de 500 km a 5.500 km. Em 2019 Donald Trump, ex-presidente dos EUA (2017-2021), retirou o seu país do tratado.