De acordo com o Financial Times, o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, alertou que Israel corre o risco de sofrer uma "derrota estratégica" a menos que proteja os civis palestinos em Gaza.
Com as crescentes tensões entre os aliados próximos a Tel Aviv e à medida que sua campanha militar no sul de Gaza avança, Austin disse que Israel só venceria se protegesse os civis e criasse corredores humanitários.
"Neste tipo de luta, o centro de gravidade é a população civil. E se a empurrarmos para os braços do inimigo, passaremos de uma vitória tática por uma derrota estratégica", alertou Austin ao discursar no Fórum de Defesa Nacional Reagan, na Califórnia.
Austin e outros responsáveis militares dos EUA invocaram as lições aprendidas na luta de Washington contra o Daesh (organização terrorista proibida na Rússia e em outros países) no Iraque, que envolveu intenso combate urbano.
"A lição não é que se pode vencer na guerra urbana protegendo os civis. A lição é que só se pode vencer na guerra urbana protegendo os civis", disse o secretário de Defesa.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse ainda na sexta-feira (1º) que Israel compartilhou com ele seus planos sobre como proteger os civis na próxima fase do esforço militar, e disse que os EUA monitorariam de perto a campanha em andamento.
O presidente dos EUA, Joe Biden, tem estado sob pressão crescente de sua administração, do Partido Democrata e da comunidade árabe-americana para fazer mais para restringir Israel em sua operação terrestre.
Os militares israelenses intensificaram os ataques aéreos no sul de Gaza no sábado (2) e ordenaram aos residentes de algumas cidades fronteiriças palestinas que abandonassem as suas casas.
Ainda segundo a apuração, desde o fim da trégua na sexta-feira, a nova ofensiva de Israel em Gaza matou cerca de 193 pessoas, disseram as autoridades de saúde palestinas, que afirmam que mais de 15.200 pessoas foram mortas pela resposta militar de Israel aos ataques do Hamas em 7 de outubro, nos quais o grupo militante sequestrou 240 pessoas e matou 1.200 no sul de Israel.
Durante a pausa humanitária para troca de reféns, o Hamas libertou 84 mulheres e crianças, enquanto Israel libertou cerca de 240 mulheres e crianças palestinas da prisão. As Forças de Defesa de Israel (FDI) disseram que o Hamas ainda mantém 136 pessoas como reféns, entre elas 17 mulheres e crianças. O restante dos reféns são principalmente soldados e reservistas israelenses.