Durante uma coletiva de imprensa em Berlim, ao lado de Scholz, Lula afirmou que continuará a trabalhar em prol do acordo enquanto tiver oportunidade, destacando que seria irracional não finalizar a parceria após 23 anos de negociações.
Ele declarou: "Eu não vou desistir enquanto não conversar com todos os presidentes e ouvir o não de todos."
Por sua vez, Scholz assegurou que tanto a Alemanha quanto o Brasil desejam concluir o acordo entre os dois blocos. A Espanha, atual detentora da presidência rotativa do Conselho da UE, compartilha da visão de que as negociações podem ser encerradas até o final deste ano, conforme informou uma fonte do Ministério da Economia espanhol à agência Reuters.
Durante evento realizado no Rio de Janeiro, nesta segunda-feira, a embaixadora Gisela Padovan abordou, na coletiva, a questão do acordo entre Mercosul e UE ao ser questionada sobre o posicionamento do presidente francês, Emmanuel Macron, que, no último sábado (2), após uma reunião com o presidente Lula à margem da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2023 (COP28) em Dubai, nos Emirados Árabes, disse ser contra o acordo, classificando-o como antiquado.
"Não é nenhuma novidade [a declaração de Macron]. A França sempre foi um dos países que se opôs tradicionalmente ao acordo pela quantidade de subsídios agrícolas que existem naquele país. Então isso não é surpresa, mas a gente está contando com países como a Alemanha e como a Espanha, que têm interesse de buscar um acordo que seja bom para os dois lados", disse a embaixadora.
O Brasil buscou o auxílio dos dois países europeus para superar os impasses nas negociações, conforme destacou Padovan, secretária da América Latina e Caribe do Itamaraty, nesta manhã. A embaixadora afirmou que há vontade política para alcançar um consenso benéfico para ambos os blocos.