"Isso traz enormes oportunidades para investimentos no país, pois é um mercado ainda a ser explorado. Os investimentos ocidentais e a influência da cultura ocidental, principalmente em um público mais jovem, tem sido uma grande alavanca de sucesso para inserir a cultura do café no país", disse o diretor e proprietário da Tauruz, empresa de exportação de cafés, e conselheiro na Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA, na sigla em inglês), Ubion Terra.
"Nesse contexto, os cafés especiais brasileiros são uma excelente oportunidade para o Brasil, pois oferecem excelente performance de bebida e também são produzidos sob as mais rigorosas práticas de sustentabilidade", comentou.
"Quando estive no país, há sete anos, o mercado ainda estava muito incipiente. A colocação do café já era um desafio, e na época nossa missão era a introdução dos cafés especiais no país. Hoje esse ainda é um nicho muito pequeno e, por consequência, com muitas oportunidades", comentou Terra.
Desafios para a expansão do consumo de café brasileiro na China
"O escoamento da produção brasileira na solução logística atual não nos favorece, considerando a maior proximidade com a China de outras origens do próprio Sudeste Asiático ou mesmo da África", considerou.
"Neste ano recebemos várias delegações de compradores chineses e também realizamos uma prova de café do [concurso] Cup of Excellence para os principais importadores e redes de cafeteria na China. A qualidade do café brasileiro os surpreendeu a ponto de compradores chineses arrematarem lotes no concorrido leilão internacional do Cup of Excellence", contou o empresário.
"Para que os volumes de importação cresçam, é fundamental desenvolvermos a cultura do café como vemos na cultura ocidental, com preparos de café coado, expressos etc., pois esses preparos exigem o uso da espécie arábica, que responde pela maior parcela de produção e exportação do país", ponderou o diretor da Tauruz.