"Francamente, precisamos de mais soldados. O pessoal militar profissional está ficando esgotado", afirmou um comandante da equipe da 68ª brigada ucraniana. Ainda há denúncias de que, diante da dificuldade de recrutar novos combatentes, o governo ucraniano tem praticamente buscado novos militares nas ruas do país. "Mesmo que você esteja sem uma perna, vão dizer que você pode pilotar drones", acrescentou.
Enquanto milhares morrem ou ficam feridos nos combates, o comandante lembrou que parlamentares e a elite ucraniana passeiam em carros de luxo no país.
Com isso, muitos ucranianos recorreram a planos desesperados para evitar o serviço militar obrigatório: falsificação de documentos, se esconder em compartimentos de meios de transporte e até se passar por sacerdotes e mulheres. Segundo o jornal norte-americano, ainda há casos de casamentos simulados com parentes com deficiência e tentativa de cruzar as fronteiras pelas perigosas montanhas.
"Um deles, um homem de 46 anos que se perdeu no mês passado, sofreu queimaduras graves e morreu logo após ser encontrado. Pelo menos 25 homens morreram afogados durante a travessia do rio Tisza, que separa a Ucrânia da Romênia", relatou a reportagem.
Tentativas de suborno
Um porta-voz da guarda de fronteira confirmou ainda que há tentativas de suborno por ucranianos que querem evitar o serviço militar. Os valores oferecidos aos militares chegam a quase US$ 230 mil (R$ 1,1 milhão).
Desde fevereiro do ano passado, a Ucrânia mantém a proibição de saída do país para homens aptos ao recrutamento militar. Segundo a atual legislação, cidadãos com idade entre 18 e 60 anos podem ser mobilizados.
No entanto, quase 650 mil ucranianos em idade de serviço militar foram para os países da União Europeia (UE), uma quantidade que contempla apenas as cifras oficiais.
"A situação do país se tornou mais precária depois de uma grande contraofensiva ter sido estagnada. Os países da UE não cumpriram a sua promessa de bombardeamentos de artilharia, e o Congresso dos EUA vacilou na promessa do presidente Biden de mais ajuda", finaliza.