Panorama internacional

Israel diz que EUA 'não definiram fim do conflito', o qual pode durar 'meses'; Irã cita 'explosão'

Enquanto aumenta os bombardeios e pede por mais evacuações em Gaza, Israel diz que campanha militar "não tem data definida para acabar". Irã reage ao veto dos EUA na ONU e diz que região pode sofrer "explosão incontrolável".
Sputnik
O conselheiro de Segurança Nacional israelense, Tzachi Hanegbi, afirmou em entrevista hoje (9) que é impossível dizer quanto tempo vai durar a guerra em curso na Faixa de Gaza, e que poderá nem ser possível medir o tempo em "em meses".

"Os americanos não estabeleceram nenhum prazo" para o fim da guerra em Gaza, disse Hanegbi, acrescentando que "ontem [8] eles negaram ter estabelecido prazo. Eles compreendem que não podem dizer às Forças de Defesa de Israel [FDI] quanto tempo é necessário para atingir os objetivos […] é uma campanha para a qual não é possível definir uma data. Portanto, a avaliação [de alcançar os objetivos da guerra] não pode ser medida em semanas é correta, e não tenho a certeza de que possa ser medida em meses", afirmou o conselheiro citado pelo jornal The Times of Israel.

Israel ordenou neste sábado (9) que os palestinos saíssem do centro da principal cidade do sul de Gaza, Khan Younis, e invadiu toda a extensão do enclave, depois que os Estados Unidos exerceram seu veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas para proteger seu aliado de uma exigência de um cessar-fogo, relata a agência Reuters.
Desde que a trégua ruiu na semana passada, as Forças de Defesa de Israel (FDI) expandiram a sua campanha terrestre para a metade sul da Faixa de Gaza, avançando sobre Khan Younis. Simultaneamente, ambos os lados relataram um aumento nos combates no norte.
O porta-voz de Israel em língua árabe, Avichay Adraee, postou um mapa no X (antigo Twitter) destacando seis quarteirões numerados da cidade que os residentes foram instruídos a evacuar "urgentemente". O mapa agora inclui partes do centro da cidade que não haviam sido sujeitas a tais ordens antes.
Segundo Zainab Khalil, de 57 anos, deslocada que se encontra com 30 de seus parentes e amigos em Khan Younis, perto da rua Jalal, "pode ser uma questão de tempo até que eles [FDI] ajam contra a nossa área também. Ouvimos bombardeios a noite toda", afirmou a palestina à mídia.
"Não dormimos à noite, ficamos acordados, tentamos colocar as crianças para dormir e ficamos acordados com medo de que o lugar fosse bombardeado e teríamos que correr carregando as crianças. Durante o dia começa outra tragédia, e isto é: como alimentar as crianças?", relatou.
A grande maioria dos 2,3 milhões de residentes de Gaza já foi forçada a abandonar as suas casas, muitos deles fugindo várias vezes.
Com os combates a decorrer em todo o território, os residentes e as agências da ONU dizem que não há, atualmente, nenhum lugar seguro para ir, embora Israel conteste esta afirmação.
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O Irã, assim como a Turquia, também reagiu ao veto de cessar-fogo feito pelos Estados Unidos ontem (8) no Conselho de Segurança e disse que a ação pode gerar "uma explosão incontrolável" da situação no Oriente Médio.

"Enquanto a América apoiar os crimes do regime sionista [Israel] e a continuação da guerra […] existe a possibilidade de uma explosão incontrolável na situação da região", disse Hossein Amir-Abdollahian, chanceler iraniano, em ligação ao secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, ontem à noite (8), segundo a agência Tasnim.

O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas iranianas, major-general Mohammad Hossein Baqeri, também disse durante declarações em uma exposição militar em Teerã, que "seria melhor para Israel cessar os crimes em Gaza".
"Eles deveriam saber que esta opressão e estas atrocidades [em Gaza] não ficarão sem resposta e que os bombardeamentos encurtarão a vida do regime usurpador", afirmou Baqeri citado pela agência iraniana.
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