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Mina da Braskem rompe em lagoa de Maceió; Defesa Civil diz que caso 'é algo isolado' (VÍDEO)

Após semanas em alerta, uma mina que era operada pela multinacional Braskem se rompeu em Maceió, no Alagoas, no início da tarde deste domingo (10), informou a Defesa Civil do município. O colapso da estrutura 18 ocorreu por volta das 13h15 na Lagoa Mundaú.
Sputnik
De acordo com o órgão, técnicos seguem no local para avaliar os danos causados pelo rompimento.
A mineradora realizava a extração de sal-gema, usado para a fabricação de PVC, e cinco bairros foram desocupados por conta da possibilidade de colapso nas estruturas. A Defesa Civil de Maceió ainda informou que não há risco para a população.
Em nota, a Braskem informou que "câmeras que monitoram o entorno da cavidade 18 registraram movimento atípico de água na lagoa Mundaú, no trecho sobre esta cavidade". A empresa acrescentou ainda que toda a área é monitorada nos últimos dias.
"Movimento semelhante ocorreu por volta das 13h45. O sistema de monitoramento de solo captou a movimentação por meio de DGPS instalados na região. As autoridades foram imediatamente comunicadas, e a Braskem segue colaborando com elas", explicou.
O momento do rompimento na lagoa foi divulgado pelo prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL). Nas imagens, um redemoinho é formado nas águas do manancial, que era usado como fonte de renda para milhares de pescadores e marisqueiras.

O que é a mina da Braskem?

A Braskem é uma das maiores mineradoras do mundo e atuava em 35 minas em Maceió para a exploração do sal-gema, usado na indústria química. Porém, a atividade provocou instabilidade do solo, que já cedeu mais de dois metros da região.
A empresa paralisou as atividades no município em 2019, um ano após a descoberta dos riscos de rompimento em Maceió. Mais de 14 mil imóveis precisaram ser desocupados na região e pelo menos 200 mil pessoas foram afetadas.
Estudos apontaram que falhas graves no processo de mineração levaram à instabilidade do solo e em 2020 as primeiras desocupações começaram em três bairros por conta de tremores de terra que abalaram a estrutura dos imóveis.
Nas últimas semanas, o risco iminente de colapso tem mobilizado autoridades, com afundamento do solo acumulado de mais de 2 metros.
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Crise em Maceió: mineração da Braskem é um 'genocídio social', afirma morador

'Genocídio social'

Em entrevista à Sputnik Brasil nesta semana, o geógrafo Marcelo Wermelinger, professor da Estácio, alertou sobre a grave situação em Maceió. A discussão girou em torno do iminente colapso resultante da exploração mineral que acontece na região desde os anos 1970.
De acordo com Wermelinger, a exploração, inicialmente autorizada, ocorreu em profundidades significativas, mas os estudos subestimaram a interferência no meio urbano. O solo, comprometido pela mineração, tem gerado subsidência, resultando em riscos de desmoronamento e forçando a evacuação de comunidades inteiras na capital de Alagoas.
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