Caputo iniciou seu pronunciamento ressaltando a necessidade, entendida pelo atual governo argentino, de cortes nos gastos públicos. "Se seguirmos como estamos, vamos caminhar inevitavelmente para uma hiperinflação."
O pacote apresentado pelo ministro mira solucionar um problema enraizado no país: a crise econômica.
Medidas anunciadas
A Argentina não vai mais licitar obras públicas. Segundo o ministro, este é o principal foco de corrupção do poder público. As obras licitadas, mas ainda não iniciadas, serão revistas, conforme Caputo.
Outra situação que para o político é uma questão que abre pressuposto para a corrupção é a transferência de recursos para províncias. A medida anunciada reduz o valor transferido.
O peso oficial argentino sofrerá desvalorização em relação ao dólar. A fixação da taxa cambial em US$ 800 (quase R$ 4 mil) será recompensada com um aumento dos impostos sobre exportações, explicou Caputo.
Setores como energia e transporte a partir de agora não receberão subsídios do governo argentino. Caputo inclusive descreveu esses subsídios como "forma de enganar o povo". O sistema de importação também sofrerá alterações com as novas medidas, ficando mais flexível. "Quem quiser importar poderá fazê-lo e pronto", disse.
Além dessas medidas, Caputo confirmou a suspensão de um ano dos contratos de propagandas oficiais do governo veiculadas nos meios de comunicação e as reduções em cargos federais.
Próximos meses na Argentina
O ministro da economia argentino, ao concluir o pronunciamento, voltou a ressaltar o momento econômico vivido pelo país. Caputo classificou a inflação vivida como "consequência do atraso da política monetária nos últimos quatro anos", culpando o governo Alberto Fernández.
"Podemos ter a certeza de que esse é o caminho certo. Se trilharmos outro caminho, iremos para um cenário muito pior, com mais pobreza, inflação e sofrimento", concluiu o ministro.