O Ministério da Defesa Nacional da Coreia do Sul planeja estabelecer em 2024 um comando estratégico para implementar o conceito de dissuasão nuclear contra a Coreia do Norte, informou na quarta-feira (13) o ministério após uma reunião do Estado-Maior do país.
A reunião, presidida por Shin Won-sik, ministro da Defesa da Coreia do Sul, discutiu em detalhes as principais orientações da política de defesa para o próximo ano. Os participantes notaram que o projeto de orçamento de defesa inclui um aumento radical nas alocações para fortalecer o sistema de "três eixos" da Coreia do Sul: 7,2 trilhões de wons (R$ 27,31 bilhões), para melhorar os programas de ataque preventivo de mísseis Kill Chain, defesa antimíssil KAMD e de ataque retaliatório KMPR, um aumento de 16,8% em relação ao orçamento deste ano.
O Exército sul-coreano planeja ajustar os planos operacionais e "intensificar os exercícios e manobras que envolvem situações de armas nucleares" para combater as ameaças nucleares e de mísseis da Coreia do Norte.
A reunião do Estado-Maior também afirmou que o grupo consultivo nuclear lançado neste ano por Seul e Washington e a estratégia de dissuasão adaptada, alterada pela primeira vez em dez anos, "fornecem uma base para a dissuasão conjunta ampliada da Coreia do Sul e dos Estados Unidos". Espera-se que no próximo ano sejam desenvolvidos um procedimento para a transferência segura de informações confidenciais e um "sistema de consulta de gestão da força nuclear".
Os aliados realizarão uma série de simulações e exercícios computadorizados ensaiando um cenário de ataque nuclear norte-coreano, e continuarão a "aumentar a visibilidade" da "dissuasão alargada" dos EUA, cooperando regularmente com as forças e os recursos estratégicos dos EUA para conseguir sua "implantação permanente" na península da Coreia.
A Coreia do Sul planeja assim intensificar a cooperação militar com o Japão e os EUA no próximo ano, inclusive aperfeiçoando os recursos do sistema de transmissão de informações de lançamento de mísseis em tempo real, que estará totalmente operacional em dezembro.
As Forças Armadas sul-coreanas devem expandir os exercícios trilaterais com Tóquio e Washington "no mar, debaixo d'água e no ar", e planejam reforçar a cooperação de defesa com outros parceiros que "compartilham valores comuns" para garantir a segurança não apenas de seu país, mas também "contribuir para promover a paz na região".