Uma empresa de chips chinesa, de propriedade parcial da principal fabricante de chips da China, está comprando software dos EUA e tem apoio financeiro americano, revela um artigo de quinta-feira (14) da agência britânica Reuters.
Os EUA impuseram nos últimos anos sanções a várias empresas de renome chinesas, em uma tentativa de impedir o desenvolvimento da China, particularmente de seu ramo militar.
No entanto, segundo a Reuters, que examinou declarações da empresa, a Brite Semiconductor oferece serviços de design de chips para pelo menos seis fornecedores militares chineses, registros regulatórios, licitações e artigos acadêmicos de pesquisadores e instituições do Exército de Libertação Popular (ELP).
Sua segunda maior acionista e principal fornecedora, a fabricante de chips chinesa SMIC, foi incluída na chamada lista de entidades dos EUA que requerem uma licença governamental, devido a supostos vínculos com o ELP, impedindo que ela receba alguns produtos de fornecedores norte-americanos.
Apesar disso, a Brite conta com financiamento de uma empresa de capital de risco dos EUA apoiada pelo banco norte-americano Wells Fargo e por uma universidade cristã, e tem acesso contínuo à tecnologia sensível dos EUA de duas empresas de software sediadas no estado da Califórnia, a Synopsys e a Cadence Design, segundo documentos estudados pela mídia. Contudo, a Reuters não encontrou evidência de que as relações da Brite com empresas americanas violam quaisquer regulamentos.
Marco Rubio, um senador republicano, influente falcão anti-China e membro do Comitê de Relações Exteriores do Senado dos EUA, caracterizou as descobertas da Reuters sobre a Brite como "preocupantes".
"As empresas ligadas à cadeia de suprimentos militares da China não deveriam ter acesso à tecnologia e aos investimentos americanos. A abordagem aleatória do governo [Joe] Biden para controles de exportação e restrições de investimento claramente não está funcionando", disse ele.
A Brite Semiconductor, fundada em 2008 como uma joint venture entre capitalistas de risco dos EUA e empresas chinesas, tem laços de longa data com a SMIC.