A administração do presidente dos EUA, Joe Biden, está ficando sem fundos pré-aprovados para ajudar a Ucrânia em sua guerra por procuração contra a Rússia, restando apenas US$ 1 bilhão (cerca de R$ 4,8 bilhões), afirmou a Casa Branca.
Falando aos repórteres na quarta-feira (13), a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, explicou que esta é a quantia restante na autoridade de reabastecimento que permite ao Pentágono adquirir armas de empreiteiros privados para substituir o equipamento mais antigo enviado para Kiev.
"Então, resta US$ 1 bilhão. Aproximadamente 96% do financiamento de reposição já foi utilizado. E o Departamento de Defesa se prepara para atribuir os restantes 4% neste mês", acrescentou Jean-Pierre.
Quando estes fundos acabarem, observou ela, os EUA não vão conseguir recarregar os seus próprios estoques que foram enviados para o campo de batalha na Ucrânia. Ela acrescentou que Washington tem agora de reduzir o montante da ajuda militar a Kiev à medida que o seu orçamento fica mais apertado.
No início de novembro, depois de anunciar outro pacote de segurança para Kiev, o governo dos EUA disse ter esgotado totalmente a Iniciativa de Assistência à Segurança da Ucrânia (USAI, na sigla em inglês). Desde então, a administração Biden tem dependido cada vez mais da autoridade de retirada presidencial, que lhe permita transferir armas dos estoques dos EUA sem aprovação do Congresso em caso de emergência.
Na terça-feira (12), depois de se reunir com o presidente ucraniano Vladimir Zelensky, Biden anunciou US$ 200 milhões (cerca de R$ 963,3 milhões) em ajuda militar à Ucrânia, incluindo interceptadores de defesa aérea adicionais, artilharia e munições. Ele alertou, no entanto, que sem financiamento adicional, Washington está "esgotando rapidamente a nossa capacidade de ajudar a Ucrânia a responder a [...] exigências operacionais urgentes".
O presidente dos EUA instou repetidamente o Congresso a aprovar o seu pedido de financiamento suplementar de US$ 106 bilhões (cerca de R$ 517,8 bilhões), que inclui cerca de US$ 60 bilhões (aproximadamente R$ 293,1 bilhões) em ajuda a Kiev, assistência a Israel e Taiwan, bem como fundos para aumentar a segurança na fronteira EUA-México.
Os republicanos do Senado têm relutado em dar luz verde à medida, exigindo controles de imigração mais rigorosos. Alguns membros do Partido Republicano têm sido céticos quanto à prestação de ajuda à Ucrânia, e muitos exigem mais responsabilização da administração Biden.
A Rússia alertou repetidamente o Ocidente contra o fornecimento de armas à Ucrânia, argumentando que isso apenas prolongaria o conflito sem alterar o resultado, ao mesmo tempo que colocaria os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) em um impasse direto com Moscou.