Em entrevista à Associated Press na quinta-feira (14), Herzog destacou que o país passa pelo que chama de período de luto e trauma após o ataque do Hamas em 7 de outubro.
"O que eu quero é insistir para que não seja simplesmente chamada de solução de dois Estados. Porque? Porque há um capítulo emocional aqui que deve ser abordado. Minha nação está de luto. Minha nação está traumatizada", afirmou Herzog.
Ele enfatizou a necessidade de lidar primeiro com o trauma emocional e garantir um pleno sentimento de segurança para todas as pessoas antes de retomar as discussões sobre o estabelecimento de um Estado palestino independente. Herzog argumentou que a prioridade no momento é superar o impacto emocional causado pelos recentes eventos.
Herzog tem reunião agendada com o conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, na sexta-feira (15).
Enquanto os Estados Unidos defendem a retomada dos esforços para negociar um Estado palestino ao lado de Israel, Herzog ressaltou necessidade de abordar as preocupações emocionais e de segurança de Israel antes de considerar qualquer abordagem política.
O presidente, cuja posição tem um caráter principalmente cerimonial, foi líder do Partido Trabalhista de Israel, que historicamente defendeu esta solução com os palestinos. No entanto, após o ataque do Hamas em outubro, líderes israelenses se manifestaram contra a retomada das negociações de paz pós-guerra e descartaram a participação da Autoridade Palestina.
O ataque de 7 de outubro resultou na morte de cerca de 1.200 pessoas e fez 240 reféns. Israel declarou guerra imediatamente, lançando bombardeios e uma ofensiva terrestre que resultou na morte de mais de 18 mil palestinos, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, culpa o Ocidente pela crise no Oriente Médio e a guerra de Israel, por meio de diferentes financiamentos. Os russos apoiam cessar-fogo imediato em Gaza e a solução de dois Estados.