A União Europeia (UE) enfrenta muitas dificuldades, e a adesão da Ucrânia, um grande país agrário, prejudicará a competitividade dos Estados-membros da UE, especialmente da França, disse Marion Maréchal, vice-presidente do partido de direita francês Reagrupamento Nacional (Rassemblement National, em francês).
A cúpula da UE na quinta-feira (14) acordou o início de negociações sobre a futura adesão da Ucrânia e da Moldávia à UE.
"Penso que qualquer nova forma de alargamento, seja com a Ucrânia ou não, será um erro. A peculiaridade da Ucrânia é que ela é um gigante agrícola, sua integração à UE levará à morte dos agroindustriais franceses", disse a política ao canal francês LCI TV.
Ela notou que "a UE, já com 27 membros, enfrenta um grande número de dificuldades políticas e econômicas".
"Sou contra qualquer nova forma de ampliação da UE. Há uma violação da concorrência, que é difícil para a França enfrentar, mesmo dentro do espaço econômico único da UE", disse Maréchal. Para ela, é necessário proteger a autonomia estratégica da França, inclusive no campo da agricultura.
"Se implementarmos essa integração, os agricultores franceses perderão 20% do orçamento alocado a eles atualmente, o que é significativo", observou.
A vice-presidente do Reagrupamento Nacional lembrou que os agricultores da França estão protestando há três semanas, visto que "estão estrangulados economicamente e não podem mais sobreviver".
"Hoje importamos produtos agrícolas em detrimento de nossa própria produção", acrescentou, chamando de irresponsável o desejo de Emmanuel Macron, presidente da França, e de Ursula van der Leyen, chefe da Comissão Europeia, de ver uma "UE de 30 países".
De acordo com ela, a adesão de Kiev ao mercado único da UE terá "consequências incontroláveis".