O comunicado conjunto transmitido pela Venezolana de Televisión detalhou que as partes concordaram em resolver qualquer disputa entre os dois Estados conforme o direito internacional, incluindo o Acordo de Genebra assinado em 17 de fevereiro de 1966.
O encontro de alto nível entre os presidentes Nicolás Maduro, da Venezuela, e Irfaan Ali, da Guiana, foi uma resposta à proposta de diálogo feita pelo presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e pelo primeiro-ministro de Granada, Ralph Gonsalves.
Como resultado da reunião, os líderes se comprometeram a evitar ações que intensifiquem o conflito, destacando a importância de diálogo contínuo para abordar questões pendentes e de mútuo interesse.
Uma comissão conjunta com os chanceleres foi estabelecida para dar continuidade ao acordo, com a obrigação de apresentar uma avaliação aos líderes em três meses, marcando o prazo para a próxima reunião.
Em 5 de dezembro, Maduro anunciou medidas no território disputado após um referendo consultivo que obteve 10,5 milhões de votos. Estas incluíram a lei orgânica para a criação da Guiana Essequiba, a criação da Zona de Defesa Integral da Guiana Essequiba e a publicação de um novo mapa da Venezuela.
As decisões foram uma resposta à Guiana, que licitou blocos petrolíferos em território não delimitado.
A Guiana, por sua vez, afirmou seu compromisso com o processo e procedimentos do Tribunal Internacional de Justiça (CIJ) para a resolução da disputa fronteiriça. Contudo, a Venezuela expressou falta de consentimento e reconhecimento para tal abordagem.
A disputa pela soberania da região de Essequibo, com grandes reservas de petróleo, persiste há mais de 100 anos. Em 2018, a Guiana apresentou uma ação perante o CIJ, buscando validar a sentença arbitral de 1899 que lhe confere controle absoluto sobre o território.
Empresas como ExxonMobil, TotalEnergies e China National Offshore Oil Corporation têm contratos bilionários de perfuração na região.