Na quinta-feira (14), o governo do presidente Javier Milei anunciou um "novo protocolo para a manutenção da ordem pública", sob o qual aplicará "sanções severas" e medidas para limitar protestos nas ruas do país, conforme noticiado.
De acordo com o jornal O Globo, indígenas do movimento Tercer Malón de La Paz, que ocupavam a praça Lavalle há quatro meses para protestar contra a reforma constitucional da província de Jujuy, foram expulsos do local neste sábado (16) por agentes de segurança.
O Tercer Malón de la Paz planeja deixar hoje a Plaza Lavalle para retornar ao seu território (Jujuy). Mas o Espacio Público e a Polícia da Cidade de Buenos Aires não perdem a oportunidade de exercer o poder contra os povos originários e realizar o despejo
Eles ocupavam o local, que fica em frente à Corte Suprema de Justiça e outros tribunais importantes do país, desde 1º de agosto.
A operação aconteceu no dia em que os indígenas haviam anunciado que voltariam ao seu território, após a Comissão de Análise de Violações de Direitos Humanos da província ter publicado na sexta-feira (15) um relatório compilando as denúncias de truculência nos protestos em Jujuy.
"A polícia chegou e começou a remover as coisas e nos mandou desocupar o local", disse a organização popular em vídeo publicado nas suas redes sociais.
A polícia alegou que estava fazendo uma operação de "limpeza pública" para garantir que o espaço fosse deixado no mesmo estado que estava antes da ocupação. Mas segundo o Tercer Malón, a "ajuda" dos agentes parecia mais uma operação de despejo do que de limpeza.
Nas redes sociais, seguidores de Milei aplaudiram a medida e seus opositores o criticaram, segundo o jornal.
Movimentos sociais já anunciaram protestos para a próxima semana, e a decisão do governo de proibir os chamados piquetes (bloqueios de ruas e estradas) deve provocar um clima de tensão na capital argentina.
Em pronunciamento na quinta-feira (14), a ministra da Segurança Pública, Patricia Bullrich, afirmou que as vias públicas do país não poderão mais ser bloqueadas durante manifestações, e que quem tentar fazê-lo será processado.