O Ministério do Interior da Ucrânia irritou muitos fiéis na sexta-feira (15) ao anunciar que estava colocando o chefe da Igreja Ortodoxa Russa em uma lista de "procurados" por suas críticas ao governo de Kiev.
Uma declaração no portal do ministério descreveu o patriarca Kirill como "um indivíduo que se esconde dos órgãos de investigação pré-julgamento" e o caracterizou como "desaparecido" desde 11 de novembro. As autoridades criminais da Ucrânia não têm jurisdição sobre indivíduos na Rússia ou em qualquer outro lugar fora das fronteiras ucranianas, o que torna o anúncio do ministério simbólico.
Trata-se de uma medida de escalada. No mês passado o Serviço de Segurança da Ucrânia acusou Kirill de "infringir a soberania ucraniana" e o chamou de "parte das pessoas mais próximas da liderança militar e política da Rússia".
Vladimir Legoida, um oficial sênior da Igreja Ortodoxa Russa, chamou o desenvolvimento de "um passo que é tão ridículo quanto previsível" e acusou o governo ucraniano de "ilegalidade e tentativa de intimidar os fiéis".
"Tudo o que pode ser imputado ao patriarca da Igreja Russa é uma posição fiel e consistente em defesa da Igreja canônica na Ucrânia", escreveu Legoida em declarações no seu canal no Telegram.
"Condenar e denunciar o cisma provocado pelo Phanar é algo que o patriarca é obrigado a fazer em virtude de seu dever perante Deus e o povo", ressaltou.
O presidente ucraniano Vladimir Zelensky tem promovido a Igreja Ortodoxa da Ucrânia, uma denominação alternativa, para os cristãos ortodoxos no país. Ao mesmo tempo, Kiev tem atacado a Igreja Ortodoxa Ucraniana pertencente ao Patriarcado de Moscou.