Os governos da Alemanha e da Lituânia anunciaram nesta segunda-feira (18) um esboço do que será o maior envio de tropas alemãs em solo estrangeiro da história moderna.
O plano estabelece que uma brigada de 5 mil militares alemães ficará estacionada a menos de 20 quilômetros da fronteira da Lituânia com Belarus, um dos principais aliados de Moscou, que faz fronteira com a região de Kaliningrado, o enclave mais ocidental da Rússia. Dos 5 mil militares, serão 4.800 soldados e 200 especialistas.
Com o plano, Berlim, que já lidera uma força multinacional da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) na Lituânia, vai aumentar sua presença militar no país báltico. O acordo foi selado durante a visita do ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, à Lituânia, onde se encontrou com seu homólogo lituano, Arvydas Anusauskas, na capital Vilnius.
A maior parte das tropas alemãs ficará baseada no campo de treinamento de Rudninkai, localizado no sudoeste do país, próximo à fronteira com Belarus. O restante será hospedado em uma área militar perto da vila de Rukla, onde a Alemanha mantém o grupo de batalha Presença Avançada Reforçada (eFP, na sigla em inglês), composto por tropas da OTAN desde 2017.
A OTAN afirmou que a presença do grupo em Rukla foi uma consequência da decisão da Crimeia de voltar a se juntar à Rússia. Por sua vez, Moscou considera a movimentação das tropas da OTAN próxima à fronteira da Rússia como uma ameaça à segurança nacional do país.
O envio de tropas alemãs para a Lituânia é recebido com ceticismo na Alemanha. Recentemente, o parlamentar alemão Johann Wadenphul afirmou que se um conflito eclodisse hoje, o Exército alemão esgotaria suas munições em dois dias. A Alemanha tem sido uma das maiores fornecedoras de armamento à Ucrânia em seu conflito com a Rússia, atrás apenas dos EUA.