Panorama internacional

Argentina: governo Milei vai cortar benefícios sociais de quem bloquear ruas em protestos

Em uma das primeiras medidas do governo de Javier Milei, a Casa Rosada anunciou, na última semana, tolerância zero com bloqueios de praças e ruas por manifestações. E nesta segunda-feira (18), a ministra de Capital Humano, Sandra Pettovello, disse que os benefícios sociais serão cortados de quem promover o fechamento das vias.
Sputnik
O corte é uma reação da gestão Milei aos protestos convocados para os dias 19 e 20 de dezembro, que já são chamados no país de "Argentinazo". Os atos serão realizados em oposição aos planos de austeridade de Buenos Aires e devem reunir milhares de pessoas.
Em vídeo publicado nas redes sociais, a ministra afirmou que quem for flagrado obstruindo o trânsito deixará de receber recursos assistenciais de programas como os de apoio a desempregados ou a famílias de baixa renda.
"A missão do presidente Milei e de todo o governo é defender as mães, as crianças e as famílias que precisam de assistência nestes momentos difíceis que nosso país está enfrentando", declarou. Conforme a ministra, apesar de a Constituição do país garantir o direito à manifestação, também deve ser respeitado "o direito das pessoas de circularem livremente para ir ao trabalho".

"Portanto informamos que todos aqueles que promoverem, instigarem, organizarem ou participarem dos bloqueios perderão qualquer tipo de diálogo com o Ministério de Capital Humano", acrescentou Pettovello.

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'Quem bloqueia não recebe'

No anúncio, a ministra ainda lembrou que o governo vai auditar as organizações sociais para eliminar intermediários que administram os programas do governo. Segundo Pettovello, "os únicos que não receberão o benefício são aqueles que participarem da marcha e bloquearem a rua". E acrescentou: "Como disse o presidente: quem bloqueia não recebe".
A titular ainda mostrou preocupação com "as mães que participam das marchas com seus filhos" e considerou "desnecessário expô-los ao sol com esse calor e à violência das manifestações".
Na última semana, o porta-voz presidencial, Manuel Adorni, declarou que o novo governo colocou como central a liberação das ruas dos bloqueios causados pelas tradicionais manifestações argentinas. Já a ministra da Segurança, Patricia Bullrich, enfatizou que "haverá consequências" e serão usadas as quatro forças federais.
Bullrich terá em breve seu primeiro grande desafio à frente da pasta, que será a marcha realizada por sindicatos e organizações políticas de esquerda em memória à grande crise social e econômica que o país atravessou em dezembro de 2001.
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