Panorama internacional

Chanceler italiano critica Israel e diz que atacar igrejas não tem relação com 'luta contra o Hamas'

Um dos principais países que apoiam Israel no mundo ocidental, a Itália reagiu nesta segunda-feira (18) à escalada do conflito na Faixa de Gaza, que já deixou quase 20 mil palestinos mortos, a maioria mulheres e crianças. O chanceler do país, Antonio Tajani, condenou ataques realizados dentro de igrejas no território.
Sputnik
"Obviamente, a condenação do que o Hamas fez e que provocou o conflito é muito firme, mas pedimos a Israel que reaja sempre de forma proporcional e salvaguarde a população civil", disse o ministro das Relações Exteriores durante uma conferência de embaixadores em Roma.
Para o ministro, é grave a presença de atiradores de elite das Forças de Defesa de Israel (FDI) que realizam ataques a partir de igrejas cristãs em Gaza. Tajani ainda lembrou que os membros do Hamas não estão nos templos, mas em túneis subterrâneos.
"Por isso, fiz um apelo tanto ao Exército quanto ao governo israelense para que não ataquem locais de culto onde há pessoas desarmadas e salvaguardem a população civil", acrescentou Tajani. Conforme o ministro, o maior número de vítimas após o fim da pausa humanitária no início do mês ocorreu durante esses ataques realizados de dentro de igrejas.
Sob um acordo de trégua de uma semana, 105 reféns foram libertados de Gaza, entre eles 80 israelenses, principalmente mulheres e crianças, em troca de 240 palestinos detidos por Israel.
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Novo pedido de cessar-fogo

O ministro italiano adiantou que espera que a Organização das Nações Unidas (ONU) aprove a resolução dos Estados Unidos e dos Emirados Árabes Unidos, que pede uma nova pausa humanitária para a entrada de alimentos, água e combustível em Gaza, onde mais de 80% da população está desabrigada por conta da guerra.
"Acredito que após um cessar-fogo que leve à derrota do Hamas, deveria haver um período de interregno em Gaza, talvez com a presença das Nações Unidas, inclusive militar, liderada pelos árabes", acrescentou.
Além disso, Antonio Tajani afirmou que o país defende a "esperada solução de dois Estados" no Oriente Médio. O Estado palestino iria compreender os territórios da Cisjordânia, com quase 3 milhões de habitantes, e da Faixa de Gaza, que tem outros 2,3 milhões — aproximadamente 5,3 milhões de pessoas. Porém, Israel defende que a região seja desmilitarizada para não ameaçar sua própria segurança.

Tensões no Oriente Médio

Israel declarou guerra ao Hamas no dia 7 de outubro, quando foi alvo de ataques sem precedentes vindos da Faixa de Gaza que conseguiram driblar o sistema de defesa antimísseis, além de uma incursão terrestre que provocou pelo menos 1,2 mil mortes.
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Em resposta, as FDI iniciaram uma operação contra o Hamas. Em poucos dias, os militares tomaram o controle de todas as localidades na fronteira com Gaza e começaram a realizar ataques aéreos em alvos, incluindo civis, no território do enclave. Além disso, o país anunciou o bloqueio total da Faixa de Gaza, interrompendo o fornecimento de água, alimentos, eletricidade, medicamentos e combustível.
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