Diversos protestos eclodiram nas proximidades da estação de Montparnasse, no sul de Paris, onde milhares de pessoas, majoritariamente trabalhadores imigrantes, manifestaram-se contra a nova legislação.
A crítica, em geral, é a falta de reconhecimento e benefícios para os imigrantes que contribuem economicamente para o país, pagando impostos e taxas de previdência social.
A versão final do projeto ainda estava em discussão com o Senado, de maioria conservadora, endurecendo algumas propostas. Entre os pontos mais polêmicos estavam a aceleração dos procedimentos de refúgio, a dificuldade do reagrupamento familiar e as condições mais rigorosas para vistos médicos.
A lei propunha até mesmo a deportação de crianças menores de 13 anos ao chegarem à França, ou de pais estrangeiros cujos filhos possuíssem nacionalidade francesa.
A proposta original buscava facilitar autorizações de trabalho automáticas para setores com escassez de mão de obra, mas a versão final concedia mais poder às autoridades locais.
O debate reflete não apenas as divergências políticas entre franceses, mas também tensões em torno da imigração, que têm sido um tema central em meio à ascensão de partidos de extrema-direita na Europa. Alguns países já anunciaram medidas para que refugiados voltassem às suas casas.
O resultado das próximas eleições francesas, previstas para junho de 2024, pode ser influenciado por essa discussão, com partidos como o Reagrupamento Nacional (Rassemblement National) de Marine Le Pen, buscando capitalizar o descontentamento dos nativos franceses em relação à imigração.