A administração dos EUA está "absolutamente" ao lado da Ucrânia, mas esgotou quase todos os fluxos de financiamento disponíveis para fornecer assistência militar adicional, restando apenas um único pacote reduzido para este ano, de acordo com o Departamento de Estado dos EUA.
Em uma conferência de imprensa na terça-feira (19), o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, foi convidado a tranquilizar os ucranianos depois do presidente ucraniano Vladimir Zelensky ter afirmado no início do dia que estava "confiante de que os EUA não nos trairão".
"Acho que essa questão cabe ao Congresso dos EUA", respondeu Miller. "O Congresso terá de decidir se vão apoiar a Ucrânia e fornecer o financiamento necessário para resistir à invasão da Rússia, à medida que entramos em um inverno [Hemisfério Norte] que esperamos ser muito difícil, ou se não vão o fazer."
Miller disse ainda que existem alguns fluxos de financiamento aos quais a administração dos EUA pode recorrer para enviar mais ajuda militar a Kiev, mas reconheceu que "utilizamos esses fluxos de financiamento, quase os esgotamos e, nas próximas semanas, vamos esgotá-los totalmente".
A Casa Branca persistiu na tentativa de obter a aprovação do Congresso para o último pedido do presidente Joe Biden de financiamento para a Ucrânia. O presidente insistiu que os legisladores aprovassem um financiamento adicional de US$ 61 bilhões (cerca de R$ 296,7 bilhões) para Kiev como parte de um projeto de lei de despesas de emergência que também inclui ajuda a Israel, que os políticos dos dois principais partidos apoiam amplamente. Os legisladores republicanos suspenderam a proposta combinada depois de terem aprovado anteriormente US$ 113 bilhões (aproximadamente R$ 549,6 bilhões) em despesas para a Ucrânia, citando a preocupação de que Biden esteja apenas prolongando o conflito com a Rússia e não tenha uma estratégia de vitória clara.
Moscou alertou repetidamente que a ajuda militar à Ucrânia por parte dos EUA e dos seus aliados apenas deve prolongar os combates e aumentar o risco de um confronto direto entre a Rússia e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). As autoridades russas também argumentaram que o fornecimento de armas, a partilha de informações e o treino de tropas ucranianas significa que as nações ocidentais já se tornaram partes de fato no conflito.