Panorama internacional

Macron diz que lei migratória é 'escudo necessário' para proteger os franceses

O presidente da França, Emmanuel Macron, defendeu a legislação aprovada pelo Parlamento para restringir a migração, referindo-se a ela como um "escudo necessário" para os franceses.
Sputnik
Durante entrevista concedida à TV France 5, ele defendeu que há necessidade da legislação diante da crescente pressão migratória enfrentada pelo país nos últimos dez anos. "Este é o escudo necessário que nos faltava."

"Temos um problema real com a migração. Agora, a pressão migratória é maior do que há dez anos, e isso pressiona o nosso sistema, nós vemos isso. Hoje gastamos mais de 2 bilhões de euros em alojamento para refugiados. Nunca gastamos tanto, mesmo com a esquerda no governo."

O presidente rejeitou acusações de que a aprovação da legislação foi uma "vitória ideológica" para o partido de extrema-direita Reagrupamento Nacional (Rassemblement National), de Marine Le Pen, que tem como base em grande parte o seu programa político na limitação da migração.
Contudo, Macron admitiu que alguns artigos do projeto de lei podem "tecnicamente não cumprir" as normas constitucionais.
Isso desencadeou protestos entre os políticos do país, resultando na renúncia do ministro da Saúde, Aurélien Rousseau, devido a divergências com a lei. Algumas regiões lideradas por partidos de esquerda afirmaram que não aplicariam as novas medidas.
A crítica, em geral, é a falta de reconhecimento e os benefícios para os imigrantes que contribuem economicamente para o país, pagando impostos e taxas de previdência social. Diversas manifestações já tiveram início na França.
Panorama internacional
Questão da imigração pode derrubar governos na Europa, adverte MRE da Áustria

Lei de imigração da França

Na terça-feira (19), a Assembleia Nacional da França aprovou o controverso projeto de lei de imigração, com 349 votos a favor e 186 contra. O projeto — apresentado pelo governo de Emmanuel Macron em fevereiro — visava, segundo ele, facilitar a expulsão "daqueles que se comportam mal" e a integração "daqueles que se comportam bem".
A versão final do projeto ainda estava em discussão com o Senado, de maioria conservadora, endurecendo algumas propostas. Entre os pontos mais polêmicos estavam a aceleração dos procedimentos de refúgio, a dificuldade do reagrupamento familiar e as condições mais rigorosas para vistos médicos.
Panorama internacional
Afirmações de Trump sobre imigrantes geram indignação nos EUA
A lei propunha até mesmo a deportação de crianças menores de 13 anos ao chegarem à França, ou de pais estrangeiros cujos filhos possuíssem nacionalidade francesa.
O debate reflete não apenas as divergências políticas entre franceses, mas também tensões em torno da imigração, que têm sido um tema central em meio à ascensão de partidos de extrema-direita na Europa. Alguns países já anunciaram medidas para que refugiados voltassem às suas casas.
Comentar