Em entrevista à emissora France 5, Macron destacou que o apoio à Ucrânia é "uma das questões fundamentais de 2024", acrescentando que a Europa tem o "desejo e os meios" para continuar ajudando a Ucrânia mesmo sem o respaldo de Washington.
"Sim, e devemos fazer isso. Teremos que fazer uma escolha nos próximos meses: percebemos que alguns países da UE estão começando a duvidar, nossos parceiros americanos podem duvidar, mas devemos continuar apoiando a Ucrânia porque nossa capacidade de viver em paz depende disso. A segurança europeia está em jogo. Mesmo que os americanos decidam mudar sua posição, esta é uma questão que diz respeito à soberania da Europa e à capacidade de escolher seu próprio futuro", afirmou o presidente francês.
Macron reiterou que a Europa não está em guerra com a Rússia e está buscando evitar uma escalada do conflito, especialmente nuclear.
Ele enfatizou a necessidade de continuar apoiando a Ucrânia para que Kiev possa avançar nas negociações em seus próprios termos.
20 de dezembro 2023, 19:15
No entanto, o presidente francês reconheceu que a UE "não teve muito sucesso" em conter a Rússia devido à evasão das sanções contra Moscou, acrescentando que a Rússia "teve sucesso na frente oriental", e que sua economia "não entrou em colapso".
"Isso é muito difícil para os ucranianos. Surgem novas questões. Há incerteza sobre a política americana. Mas nosso interesse é uma Europa pacífica, uma Europa que possa garantir a segurança de seus vizinhos e de seu território", disse o líder francês.
Após o início da operação militar especial da Rússia na Ucrânia, em fevereiro de 2022, a maioria dos países europeus, os EUA e outras nações do mundo implementaram sanções abrangentes contra Moscou e têm apoiado Kiev militar e financeiramente.
Moscou alertou repetidamente seus homólogos ocidentais que mais ajuda militar a Kiev apenas levará a uma nova escalada do conflito e não contribuirá para as negociações com a Ucrânia.