Na quarta-feira (20), a administração do presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou um acordo com a Venezuela para devolver dez norte-americanos detidos e libertar 20 presos políticos.
"O Estado do Catar anunciou seus esforços bem-sucedidos de mediação entre os Estados Unidos e a República Bolivariana da Venezuela, resultando em um acordo de troca de prisioneiros [...]. Sua excelência, o ministro de Estado do Ministério das Relações Exteriores, dr. Mohammed bin Abdulaziz bin Saleh al-Khulaifi, disse que a República Bolivariana da Venezuela libertou dez prisioneiros americanos em troca de um prisioneiro venezuelano, após uma série de sessões de mediação entre as duas partes", afirmou o Ministério das Relações Exteriores em comunicado publicado no X (anteriormente Twitter).
O ministro das Relações Exteriores do Catar, Mohammed bin Abdulaziz al-Khulaifi, agradeceu aos EUA e à Venezuela pela sua cooperação em tornar a troca de prisioneiros "um sucesso" e pela sua resposta aos esforços de mediação do Catar, dizia o comunicado.
Al-Khulaifi também destacou o sucesso do Catar na mediação de "vários casos importantes" nos últimos anos, incluindo o EUA-Talibã (sob sanções da ONU por terrorismo), as negociações EUA-Irã, conversações de paz no Líbano, Sudão e Chade, e esforços de mediação entre Israel e o movimento palestino Hamas.
Além dos 20 presos políticos e de Roberto Abdul, organizador das primárias da oposição de outubro na Venezuela, que foi preso sob acusação de traição no início de dezembro, Caracas vai suspender três mandados de prisão, disse um alto funcionário do governo dos EUA na quarta-feira.
Embora o funcionário da administração dos EUA tenha alegado inicialmente que a Venezuela extraditaria Fat Leonard Francis, um cidadão malaio que alegadamente subornou oficiais da Marinha dos EUA para obter material confidencial, para os EUA, o Departamento de Justiça mais tarde os levou a esclarecer que ele tinha sido "preso e devolvido ao país". Francis escapou do confinamento domiciliar e fugiu para a Venezuela.
Outro prisioneiro norte-americano, Alex Saab, foi detido em Cabo Verde com base em um mandado dos EUA por lavagem de dinheiro em 2020, enquanto viajava para o Irã em uma missão humanitária para o governo venezuelano. A Venezuela afirma que ele foi sequestrado pelo governo dos EUA e desde então busca sua libertação.