É quase impossível para os agentes alfandegários distinguirem os diamantes russos de quaisquer outros, disse o CEO da De Beers, Al Cook, ao comentar a planejada proibição ocidental às pedras preciosas russas, que incluiria um estrito e elogiado sistema de rastreamento de gemas.
Em entrevista ao Financial Times (FT), na terça-feira (19), Al Cook destacou que o sistema exato de rastreamento de pedras ainda não foi esclarecido.
"Com a melhor boa vontade do mundo, o despachante alfandegário médio não será capaz de olhar para um diamante e para outro e dizer: 'Esse é o russo'", disse o chefe da De Beers.
Na segunda-feira (18), o Conselho Europeu anunciou que o bloco aprovou a proibição da importação, compra ou transferência direta ou indireta de diamantes da Rússia, que vai entrar em vigor no dia 1º de janeiro. O embargo, que se aplica aos diamantes naturais e sintéticos não industriais, bem como às joias com diamantes, foi incluído no 12º pacote de sanções econômicas da União Europeia (UE) contra Moscou.
A proibição dos diamantes será implementada em coordenação com o G7 (grupo composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido), que anunciou uma medida semelhante no início deste mês.
Como parte das restrições, o G7 poderia introduzir um sistema de rastreamento de diamantes semelhante ao sistema de rastreamento de operações bancárias da Sociedade para Telecomunicações Financeiras Interbancárias Mundiais (SWIFT). O mecanismo impediria subsequentemente que os diamantes originários da Rússia entrassem nos mercados globais.
De acordo com relatos da mídia, o sistema de rastreamento incluiria verificações físicas de embalagens contendo pedras e dados de rastreabilidade obrigatórios para produtores e comerciantes de diamantes.