De acordo com seu texto, que teve como fonte uma autoridade americana que "conhece o uso político da energia", em 7 de fevereiro de 2022, quando o presidente dos EUA, Joe Biden, recebeu o chanceler alemão Olaf Scholz na Casa Branca, ele já havia dado a ordem a uma equipe na Noruega, liderada pela CIA, para que encontrasse uma forma de destruir o Nord Stream 2.
O gasoduto de gás natural liquefeito estava prestes a ser inaugurado, ligando a Rússia diretamente a Alemanha através do mar Báltico. O projeto de infraestrutura energética foi encabeçado pela Gazprom, estatal russa de energia, e contava com a participação de várias outras empresas europeias.
Sucessivos governos alemães apoiaram entusiasticamente o gasoduto, que teria levado gás abundante e barato para a Europa Ocidental, e minimizaram a sugestão de Washington de que daria a Moscou influência sobre os assuntos europeus.
Hersh notou que isso ocorreu "algumas semanas antes" da Ucrânia intensificar os ataques às repúblicas populares de Donbass (Lugansk e Donetsk), forçando Moscou a reconhecer a independência dos estados e enviar suas tropas em defesa, acontecimentos que desencadearam o lançamento da operação especial russa para neutralizar e desnazificar o país.
Depois que o presidente russo Vladimir Putin reconheceu as Repúblicas Populares de Lugansk e Donetsk (RPL e RPD), em 22 de fevereiro de 2022, Scholz anunciou o encerramento do projeto Nord Stream 2 (sob pressão de Washington, bem como de alguns outros líderes da União Europeia, como o primeiro-ministro polonês Donald Tusk, de acordo com o jornalista).
O Nord Stream 2 tinha como objetivo atuar paralelamente ao Nord Stream 1, dobrando a capacidade anual de envio para 110 bilhões de m3 de gás. Em 26 setembro de 2022, autoridades suecas e dinamarquesas anunciaram uma série de explosões nos gasodutos, resultando no pior escapamento de gás metano para atmosfera na história humana, estimado em 100 mil a 400 mil toneladas.
De acordo com o relatório de Hersh, a equipe liderada pela CIA plantou os explosivos em três dos quatro tubos Nord Stream 2 ao longo do fundo do mar do Norte em maio de 2022, mas Biden atrasou a detonação por meses sem explicação até finalmente dar a ordem em final de setembro daquele ano. As bombas foram detonadas usando um "dispositivo sonar de baixa frequência", relatou.