Preso em julho de 2020 e condenado em setembro de 2022, Safronov transferiu informações sobre a constelação de satélites de defesa russa para a República Tcheca. Esses dados, inclusive, teriam sido utilizados posteriormente pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), apontou a rede televisiva.
De acordo a reportagem, dentre as informações fornecidas estão o tempo de serviço desses satélites, os períodos de manutenção e de testes e também "os momentos em que eles não operam em plena capacidade", disse Aleksandr Chaban, chefe do 1º Departamento Investigativo da Serviço Federal de Segurança (FSB, na sigla em russo).
O agente tcheco Martin Larysh, aponta a reportagem, começou a recrutar Safronov em 2012, com as primeiras transferências de informações classificadas iniciando em 2013. "O primeiro contato de Safronov com um representante da inteligência tcheca ocorreu em 2012, na época, foi um encontro inofensivo", disse Chaban. "Mais próximo de 2013 as primeiras propostas e primeiras tarefas foram entregues a Safronov", concluiu.
Para a Alemanha, Safronov contou informações confidenciais sobre as operações terrestres das forças russas na Síria, afirmou Chaban. "Essas informações eram secreta naquela época. Mais tarde foram desclassificadas. Mas naquela época eram informações absolutamente secretas."
Por esses dados, Safronov teria recebido cerca de 200 dólares (cerca de R$ 1 mil) do cientista político Demuri Voronin, que e apresentou a Safronov como cidadão alemão, chefe de uma empresa de consultoria. Voronin foi condenado a 13 anos de prisão por sua participação no caso.