A resolução, aprovada na sexta-feira (22), busca garantir o acesso à ajuda humanitária na região e "criar condições para um cessar-fogo sustentável".
Poliansky afirmou, em publicação no Telegram, que os israelenses consideram a decisão como permissão para continuar com o que descreve como limpeza em Gaza.
Ele destacou que tal interpretação vai de encontro ao espírito humanitário, enfatizando que "criar as condições" para um cessar-fogo duradouro não deveria implicar em uma escalada militar.
"Está acontecendo exatamente aquilo sobre o qual alertámos durante o processo de votação da resolução humanitária sobre Gaza. Israel interpreta-o de tal forma que 'criar condições' para um cessar-fogo longo implica na continuação da limpeza do setor."
O diplomata russo expressou perplexidade quanto aos benefícios da resolução para os palestinos e árabes em geral, classificando a situação como um "mistério".
Ele baseou seus comentários nas recentes declarações do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que afirmou que Israel continuará suas operações militares na Faixa de Gaza até alcançar uma "vitória absoluta" sobre o grupo Hamas.
O líder, em pronunciamento no domingo, disse aos cidadãos israelenses que estão a intensificar a guerra na região. "É a única maneira de devolver nossos reféns, eliminar o Hamas e garantir que Gaza deixe de ser uma ameaça para Israel", declarou.
As tensões também se refletiram nas relações entre os Estados Unidos e Israel, com o primeiro-ministro israelense negando que as decisões militares de Israel estejam sendo limitadas pelos EUA.
Esta semana, o representante permanente da Rússia na ONU, Vasily Nebenzya, acusou os americanos de bloquearem apelo do Conselho de Segurança para o cessar das hostilidades na região.
A resolução, elaborada pelos Emirados Árabes Unidos, recebeu o apoio de 13 dos 15 membros do Conselho de Segurança. O documento exige o acesso irrestrito de ajuda humanitária à Faixa de Gaza e a libertação de reféns.