O presidente dos EUA, Joe Biden, fez uma pausa no caminho para as férias de Natal para exigir uma cobertura mais favorável da mídia sobre a economia do país em meio à queda nos índices de aprovação nas pesquisas.
Biden fez uma breve pausa para conversar com repórteres fora da Casa Branca no sábado (23), antes de embarcar em um helicóptero com familiares para voar para Camp David, o retiro presidencial na Virgínia. Questionado sobre suas perspectivas para a economia dos EUA em 2024, Biden declarou estar "tudo bem. Dê uma olhada. Comece a relatar isso da maneira certa".
O presidente expressou repetidamente sua frustração com a cobertura midiática, uma vez que os eleitores continuam a atribuir notas fracas às suas políticas econômicas, apesar dos relatórios estatísticos mostrarem um baixo desemprego e uma inflação abrandada. Durante uma coletiva de imprensa na Casa Branca, o presidente se queixou em outubro, de que a percepção pública da economia dos EUA tinha sido ofuscada pelo tom negativo da cobertura midiática.
No entanto, uma pesquisa da Universidade de Monmouth divulgada na semana passada mostrou que apenas 28% dos norte-americanos acreditam que Biden está fazendo um trabalho adequado para controlar a inflação, e apenas 12% relatam que a sua situação financeira pessoal está melhorando. Seu índice geral de aprovação caiu para 34%, uma queda de dez pontos percentuais nos últimos cinco meses e o nível mais baixo desde que assumiu o cargo em janeiro de 2021. Uma pesquisa do The Wall Street Journal (WSJ) no início deste mês descobriu que 23% dos adultos norte-americanos acreditam que as políticas de Biden como presidente os ajudou, em comparação com 53% que dizem que ele os prejudicou.
O diretor de pesquisas de Monmouth, Patrick Murray, alertou que Biden pode alienar ainda mais eleitores rumo às eleições presidenciais de 2024, ao enfatizar melhorias nas estatísticas econômicas em um momento em que a maioria dos norte-americanos ainda sofre com a inflação pós-pandemia de COVID-19.
"Há um perigo político em transmitir uma mensagem que basicamente diz às pessoas que a sua opinião sobre a sua própria situação está errada", disse Murray.
O candidato republicano mais votado, o ex-presidente Donald Trump, está à frente de Biden por seis pontos percentuais na corrida de 2024, de acordo com a pesquisa do WSJ. Uma outra sondagem do The New York Times mostrou que Trump é favorecido em relação a Biden por 4 a 11 pontos percentuais nos cinco principais "estados indecisos" que deverão decidir a eleição.
Os críticos de Biden zombaram de suas reclamações sobre a cobertura da imprensa, dizendo que os meios de comunicação tradicionais tentaram protegê-lo enquanto atacavam Trump incessantemente. O jornalista independente Glenn Greenwald observou que o Comitê Nacional Democrata (DNC, na sigla em inglês) conseguiu simplesmente utilizar clips da NBC, CNN e MSNBC para produzir anúncios pró-Biden porque tais redes são "meios de comunicação ativistas e os seus funcionários são propagandistas do DNC".
Cerca de 60% dos eleitores dos EUA acreditam que o preconceito dos meios de comunicação social piorou nos últimos meses, atingindo o nível mais elevado alguma vez registrado, de acordo com uma pesquisa da Rasmussen Reports divulgada na semana passada. A maioria desses críticos vê a mídia como favorável a Biden. Embora 51% dos entrevistados tenham dito que a imprensa estava dando pouca cobertura aos escândalos envolvendo o filho de Biden, apenas 24% disseram que estavam dando muita atenção ao assunto.