Operação militar especial russa

Ucrânia enfrenta escassez de munição e pessoal enquanto Rússia aumenta produção de armas

Em 2023, o Exército russo testemunhou um aumento no fornecimento de armas, enquanto os estoques militares ucranianos estão quase esgotados.
Sputnik
A produção de armas para as Forças Armadas russas aumentou significativamente, de acordo com o vice-primeiro-ministro e chefe do Ministério da Indústria e Comércio da Rússia, Denis Manturov.

"No que diz respeito à indústria de defesa [russa], para diversos itens, observamos um aumento de 10 a 12 vezes na produção e nos volumes de fornecimento. Infelizmente, não posso divulgar detalhes específicos sobre fornecimento e financiamento, mas fiquem tranquilos, os números são substanciais", afirmou à Sputnik.

Além disso, o volume de pedidos estatais de defesa para 2023 dobrou em relação ao ano anterior, revelou o oficial russo durante a entrevista.
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Em contraste, o Exército ucraniano enfrenta escassez crescente de armas e munições. Conforme publicou o The Washington Post, recentemente, algumas unidades ucranianas estão sendo forçadas a cancelar assaltos planejados devido à falta de projéteis de artilharia na linha de frente.
Um militar da 128ª Brigada de Assalto de Montanha disse ao jornal que seus artilheiros "recebem um limite de projéteis para cada alvo".
A brigada está atualmente lutando na região sudeste de Zaporozhie.
Embora as tropas ucranianas sejam consideradas "motivadas", os soldados admitem que "não se pode vencer uma guerra apenas com motivação".
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Por sua vez, um artilheiro da 148ª Brigada de Artilharia, que opera um obuseiro de 155 mm, disse que sua unidade agora está disparando apenas de 10 a 20 projéteis por dia contra alvos russos, enquanto anteriormente disparavam uma média de 50 projéteis por dia, e às vezes até 90.
Os soldados ucranianos lamentaram especialmente o fato de não terem vantagem numérica sobre os russos, nem armas suficientes para lutar. Ao longo de seis meses da chamada contraofensiva, as Forças Armadas da Ucrânia perderam mais de 125 mil soldados e 16 mil unidades de várias armas, afirmou o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, no início de dezembro.
Enquanto isso, o contingente militar russo de 617 mil soldados está reforçando suas posições ao longo da linha de frente de quase 2 mil quilômetros.
O The Washington Post admitiu que as forças russas continuam avançando nas frentes sul e leste, e também estão "atacando" posições ucranianas com drones e ataques de mísseis.
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O presidente dos EUA, Joe Biden, não conseguiu persuadir os congressistas americanos a aprovar o pacote de ajuda de US$ 60 bilhões (cerca de R$ 293,490 bilhões) para a Ucrânia antes do recesso de inverno. Além disso, a Hungria bloqueou a concessão de US$ 54,5 bilhões (R$ 266,580 bilhões) em ajuda da UE a Kiev.
Apesar do anúncio do presidente ucraniano Vladimir Zelensky de planos para aumentar a produção de armas e estabelecer um polo da indústria de defesa no Estado do Leste Europeu, fontes da Sputnik rejeitaram essas ambições.
Segundo elas, a Ucrânia não tem a capacidade de sustentar a produção, e os fabricantes de armas ocidentais estão relutantes em investir no país.
O jornal concluiu que a incapacidade de Biden em garantir o financiamento tão necessário para a Ucrânia antes do final do ano demonstra que a Casa Branca não pode garantir apoio infinito.
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