Até novembro de 2023, a Polícia Federal recebeu 23,5 mil pedidos de novos registros de posse de armas. No mesmo período, em 2022, foram 91,7 mil.
Conforme a Folha de S. Paulo, a quantidade de pedidos feitos em 2023 também é a menor dos últimos 10 anos. O pico ocorreu em 2021, terceiro ano do governo Bolsonaro, com 113 mil pedidos sendo realizados até novembro daquele ano.
Para o jornal, a gerente de projetos do Instituto Sou da Paz, Natália Pollachi, afirmou que a queda pode ser explicada por uma corrida maior por armas em 2022, diante da expectativa do recrudescimento das normativas, com a possibilidade da não reeleição de Jair Bolsonaro, que instituiu políticas públicas para facilitar o acesso aos armamentos.
"Tínhamos um presidente da República que, frequentemente, incentivava as pessoas a adquirir armas pelos mais variados motivos. Não é algo que está mais presente. Claro que existem outras lideranças políticas que continuam com esse discurso, mas não na mesma escala de antes", afirmou.
O presidente Lula estabeleceu, como uma das primeiras medidas de seu terceiro mandato, a redução da quantidade de armas e munições acessíveis à população, além de determinar quais calibres seriam de uso dos órgãos de segurança e quais poderiam ser usados por civis.
Segundo os dados apresentados pela mídia, o Brasil tem atualmente 887 mil armas ativas, correspondente aos registros notificados à Polícia Federal nos últimos dez anos. Deste total, mais da metade, 564 mil, foram registradas durante o governo Bolsonaro.
Entre os estados brasileiros, Rondônia é o que mais possui armas para cada 100 mil habitantes, são 1.857,6 por 100 mil. Do total de armas registradas no Brasil, a grande maioria, 96%, tem homens como donos.
Em relação ao porte, atualmente, 56,6 mil armas estão liberadas para circularem nas ruas nas mãos de seus proprietários, mostra a reportagem.