O presidente turco Recep Tayyip Erdogan disse nesta quarta-feira (27) que o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu não era diferente de Adolf Hitler ao comparar os ataques de Israel na Faixa de Gaza ao tratamento dispensado ao povo judeu pelos nazistas.
Erdogan disse que hoje, assim como
há 80 anos na Alemanha nazista, acadêmicos de todo o mundo que têm a coragem de condenar a
opressão e a perseguição em Gaza enfrentam pressões e ameaças, referindo-se a acadêmicos nos EUA e outros lugares que foram
despedidos ou censurados por defenderem palestinos.
Para os acadêmicos que enfrentam
pressão para defender a dignidade humana em Gaza, as portas das
universidades turcas estão abertas, sublinhou Erdogan.
Netanyahu rebateu Erdogan dizendo que ele "seria a
última pessoa que poderia pregar moralidade" a Israel.
O primeiro-ministro acrescentou que "as Forças de Defesa de Israel [FDI] são o Exército mais moral do mundo, que está combatendo […] a organização terrorista mais desprezível e brutal […], o 'Hamas-Daesh' [ligando o Hamas ao Daesh, que é uma organização terrorista proibida na Rússia e em outros países], que cometeu crimes contra a humanidade, e Erdogan elogia-a e acolhe os seus altos funcionários", afirmou.
O ministro israelense do Gabinete de Guerra,
Benny Gantz, também reagiu às declarações do líder turco dizendo que as suas observações "são distorções flagrantes da realidade e uma
profanação da memória do Holocausto".
Condeno as declarações feitas pelo presidente turco Erdogan. Declarações que são distorções flagrantes da realidade e uma profanação da memória do Holocausto. O Hamas foi a organização que perpetrou um massacre desprezível. Remover a ameaça do Hamas dos cidadãos de Israel é uma necessidade existencial e um imperativo moral sem paralelo
O confronto entre Israel e Hamas já matou mais de 20 mil pessoas e deixou mais de 55 mil feridas do lado palestino. Em Israel, 1.200 foram mortas e cerca de 240 sequestradas.
Em sua maior parte, as vítimas na
Faixa de Gaza são mulheres e crianças, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza. Mais de
1,5 milhão de pessoas foram obrigadas a deixarem suas casas e dezenas de milhares estão sem acesso à água potável e comida.