Na última conferência de imprensa do ano, o porta-voz da Defesa, Wu Qian, criticou a contínua intromissão norte-americana na região da Ásia-Pacífico dizendo que os EUA mantinham uma mentalidade de "Guerra Fria".
"Os Estados Unidos continuam a fortalecer as suas implantações na Ásia-Pacífico, isto está repleto da mentalidade de Guerra Fria. Seu objetivo é obter ganhos egoístas e manter sua hegemonia. Sua natureza é fomentar o confronto", disse o porta-voz, citado pela agência Reuters.
Esperava-se que os diálogos da semana passada – quando o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas dos EUA conversou na quinta-feira (21) por videoconferência com seu homólogo da China – pudessem trazer uma restauração mais ampla dos laços militares.
O porta-voz disse que a videochamada teve "resultados positivos e construtivos", mas reforçou que Pequim espera de Washington "ações concretas com base na igualdade e no respeito para promover o desenvolvimento sólido e constante da relação militar entre militares China-EUA".
Taiwan
Sobre Taiwan, que deverá realizar eleições presidenciais importantes em 13 de janeiro, Wu acusou o governo taiwanês de deliberadamente "exagerar" uma ameaça militar da China para obter ganhos eleitorais.
"As autoridades do Partido Democrático Progressista [PDP] estão deliberadamente a exaltar a chamada 'ameaça militar do continente' e a exagerar as tensões. [...] Isso é inteiramente para buscar ganhos eleitorais", disse Wu, acusando Taiwan de usar um "manual eleitoral familiar para atiçar o confronto e manipular as eleições".
O porta-voz também alertou os norte-americanos contra a interferência nos assuntos de Taiwan, incluindo a venda de armas à ilha.
"Opomo-nos firmemente a qualquer país que tenha qualquer forma de contato oficial e militar com Taiwan. Os EUA estão manipulando a questão de Taiwan de várias formas, o que é uma aposta muito perigosa. Pedimos aos EUA que parem de armar Taiwan sob qualquer desculpa ou por qualquer meio", afirmou.
Filipinas
Wu também culpou os Estados Unidos pelo aumento da tensão no mar do Sul da China, após recentes e progressivas trocas de farpas entre a China e as Filipinas em torno das ilhas Spratly.
"Os EUA, devido aos seus cálculos egoístas, têm sido coniventes e encorajam as Filipinas, tentando coagir e ameaçar a China", disse Wu.
Na segunda-feira (25), o jornal chinês People's Daily disse que as Filipinas têm contado com o apoio dos EUA para provocar continuamente a China, e esse comportamento "extremamente perigoso" prejudica seriamente a paz e a estabilidade regionais, afirmou a mídia conforme noticiado.