O valor dos pedidos de compras militares das maiores empresas de defesa do mundo está atingindo níveis recorde depois de crescer mais de 10% nos últimos dois anos devido ao aumento da tensão geopolítica, inclusive devido ao conflito na Ucrânia, informou na quinta-feira (28) o jornal britânico Financial Times (FT).
O jornal, que citou dados do Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (SIPRI, na sigla em inglês), referiu 15 empresas de defesa, incluindo as maiores dos EUA, a BAE Systems do Reino Unido, e a Hanwha Aerospace da Coreia do Sul, e descobriu que, no final de 2022, suas carteiras de encomendas combinadas totalizavam US$ 777,6 bilhões (R$ 3,77 bilhões), acima dos US$ 701,2 bilhões (R$ 3,4 bilhões) de 2020.
Segundo a mídia, a tendência continuou em 2023, já que nos primeiros seis meses deste ano as carteiras de encomendas de defesa totalizaram US$ 764 bilhões (R$ 3,71 bilhões).
Enquanto isso, os gastos militares globais totais de 2022 aumentaram 3,7% em termos reais, atingindo o recorde de US$ 2,24 bilhões (R$ 10,87 bilhões), informou o jornal.
A Europa registrou o maior aumento nos gastos militares anuais em pelo menos 30 anos, depois que os governos da União Europeia anunciaram novos pedidos de munição e tanques para compensar o esgotamento dos estoques nacionais de armas devido à assistência militar à Ucrânia, segundo o relatório.
A Hanwha Aerospace teve o maior aumento relativo de novos pedidos, com sua carteira de encomendas aumentando de US$ 2,4 bilhões (R$ 11,65 bilhões) em 2020 para US$ 15,2 bilhões (R$ 73,76 bilhões) no final de 2022, segundo o FT.
Enquanto isso, a produtora de tanques alemã Rheinmetall liderou a lista de empresas que registraram o maior aumento absoluto no valor das encomendas, com sua carteira de pedidos saltando de US$ 14,8 bilhões (R$ 71,82 bilhões) em 2020 para US$ 27,9 bilhões (R$ 135,38 bilhões) em 2022, de acordo com o jornal.
No entanto, nem todos os gastos mais altos estão relacionados ao conflito na Ucrânia, já que a carteira de pedidos da BAE Systems cresceu de US$ 61,8 bilhões (R$ 299,88 bilhões) para US$ 70,8 bilhões (R$ 343,55 bilhões) em 2022 devido a novos pedidos para programas existentes, incluindo submarinos, fragatas e aviões de combate, escreve o veículo de imprensa britânico.