Movimentações e alianças
"O PT mudou sua estratégia por uma abordagem mais pragmática, aproveitando lideranças já consolidadas nas prefeituras. Isso contrasta com a estratégia de 2020, quando o partido lançou um grande número de candidatos próprios, obtendo resultados aquém das expectativas... 2024 é o ano que poderemos assistir à concretização da democracia", explica a professora. A mudança, segundo ela, reflete o entendimento do fracasso da estratégia anterior e a compreensão da importância dos prefeitos, vereadores e suas lideranças como possíveis cabos eleitorais para 2026.
"Com certeza esse foco vai mudar. Acredito, inclusive, que já mudou, com a ida do presidente Lula a Itaquera para entregar moradias populares na Ocupação Copa do Povo, do MTST. Ele vai priorizar agendas desse tipo, com entregas concretas e na presença de aliados estratégicos, como é o caso do deputado federal e pré-candidato a prefeito de SP Guilherme Boulos", sublinha à Sputnik Brasil.
Expectativas municipais do PT e do PSB
"A tendência é o bolsonarismo subir o tom das críticas e mobilizar suas bases contra o presidente Lula. Se o governo conseguir aumentar a popularidade com essas entregas, vai manter o bolsonarismo na defensiva e isolado", crava.
"É diferente, radicalmente diferente, da estratégia de 2020, quando a estratégia foi lançar o máximo de candidatos próprios. Então, nessa eleição, o PT larga essa estratégia de candidatos próprios, que teve um resultado muito ruim", acredita.
Costuras do Partido dos Trabalhadores para 2024
Ela pontuou que é por perceber o "fracasso dessa estratégia e a importância" de prefeitos e vereadores no jogo eleitoral como possíveis cabos eleitorais para 2026, que o PT muda sua estratégia por uma estratégia mais pragmática. "Isso por entender que a eleição municipal é feita com muita autonomia em relação à eleição nacional", pondera.
Impactos das escolhas
"O PT sempre soube se aproveitar da popularidade de Lula para crescer. Em todas as eleições municipais que o presidente pôde atuar livremente, o PT cresceu em número de prefeito e vereadores. E 2024 será assim novamente, até porque a base de comparação é baixa, uma vez que o partido teve um desempenho muito ruim em 2020, quando Lula ainda estava sem os plenos direitos políticos", reflete.
"São Paulo já está pacificado: Lula apoia Boulos e a própria Tabata [Amaral], sabendo disso, busca reforçar seu perfil de trajetória independente, quase como uma terceira via que busca quebrar a polarização. Na minha opinião, ela vai fracassar. Tenho dito que a eleição se São Paulo é o 3º turno de 2022 e o turno zero de 2026, e que, na principal capital brasileira, a polarização vai se impor", conclui.