Panorama internacional

Ministro israelense sugere que Israel controle a Faixa de Gaza e que palestinos deixem o enclave

O ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, apelou no domingo (31) para o regresso dos colonos judeus à Faixa de Gaza e sugeriu que a população palestina deveria ser encorajada a emigrar para outros países.
Sputnik
Após meses de intensos combates entre o Exército israelense e o movimento palestino Hamas, as vozes favoráveis ao controle total da Faixa de Gaza pelas autoridades israelenses começam a ressoar cada vez mais nos altos círculos políticos de Tel Aviv.

"Para termos segurança devemos controlar o território [Faixa de Gaza]. Para controlar militarmente o território por muito tempo, precisamos de presença civil", afirmou o ministro à mídia local quando perguntado sobre restabelecimento dos assentamentos ilegais israelenses no território palestino.

Para Smotrich, o governo de Israel também deveria "encorajar" os palestinos residentes em Gaza a saírem do país de forma ordenada por conta da escalada bélica vivida na região nos últimos meses. A incursão do Exército israelense no enclave já deixou mais de 22 mil mortos.

"Se atuarmos com a estratégia correta e fomentarmos a emigração, se houver 100 mil ou 200 mil árabes em Gaza e não dois milhões, o discurso do dia depois da guerra será completamente diferente. Ajudaremos os refugiados a se reabilitarem em outros países com a cooperação da comunidade internacional e dos países árabes de nosso entorno", comentou Smotrich, que também é chefe do partido Sionista Religioso.

Fontes consultadas recentemente pela Sputnik asseguraram que o governo israelense tem planos para realocar dezenas de milhares de palestinos em países vizinhos à Gaza, como o Egito.
Entretanto, o ministro das Finanças foi o único que sugeriu o controle total do território palestino pelas autoridades israelenses. O próprio presidente de Israel, Benjamin Netanyahu, chegou a dizer que é provável que Tel Aviv assuma o controle do enclave quando a ofensiva militar terminar. Embora Netanyahu já tenha comentado que o único objetivo da ação é "eliminar o Hamas", boa parte da Faixa de Gaza já foi destruída.
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Em 2005, Israel retirou suas tropas e colonos da Faixa de Gaza. Com isso, terminou sua presença ilegal no território palestino, mantida desde 1967. No entanto, as autoridades israelenses mantiveram o controle das fronteiras e impulsionaram um regime de segurança muito rigoroso, que levou Gaza a ser conhecida mundialmente como "a maior prisão a céu aberto do mundo".
Os assentamentos israelenses no território palestino são considerados ilegais a luz do direito internacional e da ONU.
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