As restrições de exportação de máquinas de criação de chips de alta gama da holandesa ASML para a China entraram em vigor na segunda-feira (1º), nota a agência norte-americana Bloomberg.
No entanto, a maior notícia foi que as remessas dos sistemas de litografia, que usam lasers para ajudar a criar circuitos de chips, deixaram de ser enviadas antes do prazo final.
A ASML tinha licenças para enviar três máquinas de litografia ultravioleta profunda a empresas chinesas até o final de dezembro, quando as novas restrições deveriam entrar em vigor. No entanto, as autoridades norte-americanas pediram que a empresa interrompesse imediatamente as remessas para os clientes chineses, o que aconteceu imediatamente após a solicitação, disseram fontes da Bloomberg.
"Isso afeta um pequeno número de clientes na China", acrescentou a agência, notando que o número exato de máquinas envolvidas é desconhecido.
A medida seria uma resposta à pressão dos EUA para restringir a venda de tal tecnologia a Pequim.
O governo da China expressou, nesta terça-feira (2), sua rejeição à decisão, com Wang Wenbin, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, instando Amsterdã a "ser imparcial, respeitar os princípios do mercado e a lei, tomar medidas práticas para proteger os interesses comuns dos dois países e de suas empresas e manter a estabilidade das cadeias de suprimento internacionais".
A China foi o maior comprador da ASML no último trimestre de 2023, respondendo por 46% das vendas da empresa. O gigante asiático tornou-se, assim, o terceiro maior mercado para a empresa, atrás de Taiwan e da Coreia do Sul.
Peter Wennink, CEO da ASML, expressou em 2023 sua oposição à decisão, argumentando que as medidas farão Pequim redobrar os esforços para criar uma indústria de chips avançados nacional.