Imagens de drones feitas no domingo (31) mostraram forças ucranianas usando tropas de bloqueio para evitar a retirada das tropas mobilizadas durante um ataque russo. As imagens, fornecidas à agência por uma fonte familiarizada com a situação, mostraram forças russas atacando um reduto ucraniano, entrando em uma trincheira.
Após a ação, os soldados ucranianos puderam ser vistos correndo para o outro lado em direção a posições na retaguarda, apenas para serem baleados e receberem granadas atiradas contra eles por seus próprios companheiros de combate.
As unidades de bloqueio, também chamadas de tropas de barreira ou forças antirretirada, são unidades colocadas atrás das forças principais para evitar que os soldados fujam ou recuem. A composição da unidade de bloqueio permanece obscura.
Não se sabe se eram recrutas comuns, oficiais, mercenários estrangeiros ou membros dos notórios batalhões nacionalistas neonazistas da Ucrânia – que no passado eram conhecidos por bloquear postos de destacamento na retaguarda, de acordo com o testemunho de prisioneiros de guerra capturados.
Para o ex-analista da CIA, Larry Johnson, seja qual for o caso, a utilização de unidades de bloqueio é "mais um exemplo ou sintoma da situação desesperada que a Ucrânia enfrenta" no campo de batalha.
"Eles enviaram demasiados soldados não treinados para as linhas de frente, que não têm experiência ou capacidade para participar de operações de combate. Este movimento de bloqueio lembra as histórias contadas sobre comissários políticos durante a Grande Guerra pela Pátria [parte da Segunda Guerra Mundial, compreendida entre 22 de junho de 1941 e 9 de maio e limitada às hostilidades entre a União Soviética e a Alemanha nazista e seus aliados]", disse Johnson à Sputnik.
O ex-analista também considerou que "neste momento, não sabe até que ponto este fenômeno está difundido [da unidade de bloqueio]. Isso está acontecendo apenas em uma área isolada ou em todo o front? Se for o último caso, então a Ucrânia [não] será capaz de colocar em campo um Exército eficaz por muito mais tempo", disse Johnson à Sputnik.
O presidente Vladimir Zelensky reforçou as medidas de mobilização geral da Ucrânia em novembro, e revelou no mês passado que os militares planejam recrutar entre 450.000 e 500.000 pessoas adicionais para o serviço militar.