A Sputnik, em conversa com um distinto observador em assuntos internacionais, questionou o que isso significa para o esforço de guerra da Ucrânia e as chances de sobrevivência política do presidente Zelensky.
Relatórios recentes do front estão revelando um quadro cada vez mais sombrio para os militares da Ucrânia após o fracasso da contraofensiva do ano passado, uma nova rodada de ataques de mísseis e drones russos, preocupações de que os aliados da OTAN de Kiev possam abandonar a Ucrânia e temores da possibilidade de um avanço russo em algum ponto ao longo do front que se estende por mais de 1.000 km.
"Em resumo, a guerra na Ucrânia pode ser perdida no primeiro semestre de 2024", disse o ex-embaixador dos EUA junto à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), funcionário do Conselho de Segurança Nacional durante o governo de Bill Clinton e membro do Conselho de Relações Exteriores, Ivo Daalder, alertou em um artigo de opinião no jornal Politico EU.
Situação instável no front é um sinal ameaçador para Kiev
"Mesmo [presidente ucraniano Vladimir] Zelensky diz que muitos de seus compatriotas não estão mais comprometidos com esta guerra e o que estou ouvindo das pessoas no terreno é que aqueles que não saíram [do país] estão tentando viver o mais normalmente possível e evitar serem convocados ou diretamente levados para o conflito armado", observou à Sputnik o analista geopolítico Côme Carpentier de Gourdon.
"Ele [Zelensky] não terá mais [uso] para os governos americano e britânico se assinar um acordo de paz com a Rússia que consagre a vitória de Moscou", acrescentou Carpentier de Gourdon, aludindo ao destino do presidente ucraniano preso entre a espada e a parede.
Ocultamente, Carpentier de Gourdon diz que os líderes políticos e militares ocidentais e Zelensky reconhecem que não há esperança de recuperar os territórios perdidos da Ucrânia em breve.